O drama vivido pelos feirantes da Folha 28 parece estar longe de acabar, pois na manhã desta quarta-feira (27) eles se reuniram com o coordenador de Postura do Município, Túlio Rosemiro, para cobrar esclarecimentos sobre a situação. Acontece que a Prefeitura de Marabá está realizando uma reforma da tradicional feira e, para isso, precisou remover, temporariamente, os vendedores, principalmente, os da pracinha localizada na pequena rotatória que fica no centro da feira.
Como solução para que os feirantes continuem trabalhando, foi feita uma adaptação no canteiro central que divide as pistas da Avenida VP-8, na Nova Marabá, onde foram construídos 30 boxes. A ideia é deixar a Feira da 28 semelhante a da Getúlio Vargas [na Marabá Pioneira], com cobertura.
Apesar disso, ainda há muitos receios por parte dos feirantes, especialmente daqueles que atuam apenas aos sábados e domingos, que vêm da zona rural apenas para vender seus produtos nesses dias.
Leia mais:Valdir Alves é feirante há 16 anos no ramo de frutas e teme que não retorne para o centro da feira, na pracinha em questão, pois costumava montar sua barraca lá. “A gente sabe que a reforma é para o bem de todos, mas ficamos na incerteza. Acredito que em três meses eu retorne”, estima.
A situação já é diferente para Josilaine, conhecida como Jô da Confecção, que vende roupas aos finais de semana no local há 15 anos. Ela não conseguiu um boxe no estacionamento da VP-8, mas manteve-se montando sua barraca independentemente. “Depois da reunião com o Túlio, fiquei mais tranquila, porque ele garantiu que iremos retornar para a pracinha”, disse, meio aliviada.
Outros feirantes, como José Vieira, que atua há 30 anos na Feira, se sentiram sensibilizados com os colegas que ficaram sem boxes. “Aqui onde colocaram a gente [estacionamento da VP-8] está bom, estamos conseguindo trabalhar bem. Só que naquele meio [a pracinha] fica muito apertado para todos e entendo que muitos precisam trabalhar, então, me preocupo com eles”, manifestou.
Túlio estava no estacionamento da VP-8 conversando com os feirantes receosos quando a Reportagem do Portal Correio chegou. Ele explicou que todos os afetados pela reforma e que ficaram desalojados ou tiveram que ir para os boxes provisórios retornarão para a pracinha, no prazo de 90 dias, onde espera-se que a obra seja concluída. “O projeto original continua e tudo está dentro do cronograma”, finalizou. (Zeus Bandeira e Josseli Carvalho)