Correio de Carajás

Época de Dengue

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus pertence à família Flaviviridae, do gênero Flavivírus. O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.

A dengue é uma doença viral e febril aguda adquirida através da picada do mosquito Aedes aegypti já infectado por um dos quatro sorotipos. O grande problema é que em 90% dos casos, o foco está dentro das próprias residências. Marabá já possui os quatro sorotipos, inclusive o tipo IV, possível causador da Dengue Hemorrágica.

Dengue, zika e chikungunya são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. A forma mais eficaz de prevenção dessas doenças é o combate ao mosquito. Por isso, é importante que todos conheçam os riscos e saibam o que é preciso fazer para não deixar o mosquito nascer.

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A doença tem sido um sério problema de saúde pública em todo o mundo, especialmente nos países tropicais como o nosso, onde as condições do meio ambiente, aliado as características urbanas, favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito transmissor.

O risco de complicação pela doença é proporcional ao número de vezes em que se adquire a Dengue. Mais de 100 países em todos os continentes, exceto a Europa, registram a presença do mosquito e casos da doença. Para todos os casos de Dengue, os principais sintomas são febre alta de início repentino, por cinco a sete dias.

Dor de cabeça intensa, dores articulares e musculares, dores atrás dos olhos, fraqueza, e falta de apetite. Seguidas de manchas vermelhas e coceira na pele, após três a quatro dias depois do início dos sintomas. É relativamente benigna, em 95% dos casos não ameaça a vida do paciente.

Depois de três dias ou quando a febre começa a ceder, uma minoria de doentes pode apresentar agravamento do quadro clínico. Esse paciente tem queda da pressão arterial, acompanhada de dores abaixo das costelas, suor frio, tonturas e desmaios. Isso é um sinal da forma mais grave, a hemorrágica. Surgem sangramentos em vários órgãos e a vítima entra em estado de choque hipovolêmico.

      Normalmente essa forma mais grave surge quando já se teve Dengue pelo menos uma vez. Segundo o infectologista Celso Granato em cada mil pessoas com Dengue, geralmente três apresentam a forma hemorrágica. Já a cada mil pessoas com dengue pela segunda vez, 30 poderão ter na forma mais grave. Pela terceira vez, esse número vai para aproximadamente 60 na forma hemorrágica.

      No combate ao mosquito, os larvicidas e os inseticidas distribuídos aos estados e municípios têm eficácia comprovada. Os quais são indicados por especialistas da Organização Mundial da Saúde. Os larvicidas matam as larvas do Aedes, são produtos em pó ou granulado em que o agente de combate a dengue é colocado nos ralos, caixas d’água, e em lugares onde há água parada que não pode ser eliminada.

      Os inseticidas borrifados pelas máquinas de nebulização (fumacê), matam os insetos adultos que voam. É utilizado somente quando existe a transmissão da doença em surtos ou epidemias. Um recurso extremo, utilizada num momento de alta transmissão, quando as ações preventivas de combate à dengue falham ou não são adotadas. Se houver resistência pelas larvas aos produtos, podem ser substituídos por outros.

      Na Dengue lembre que a aspirina deve ser evitada, pois altera as plaquetas do sangue que ajudam na coagulação sanguínea. Os vírus da Dengue também provocam essas alterações, podendo causar ainda mais sangramentos. Para conter a febre, o paracetamol está indicado para grávidas e crianças menores, a dipirona para os demais casos.

      A vacina da dengue, também conhecida como Dengvaxia, é indicada para a prevenção da dengue em crianças, adolescentes ou adultos, dos 9 aos 45 anos, que já tenham sido infectados por pelo menos um dos sorotipos da dengue e que moram em áreas em que essa infecção é mais comum.

      Estamos no período chuvoso e com ele aumentam os sítios de procriação do mosquito. A forma mais eficaz de controlar e evitar a proliferação do mosquito é com a prevenção, desfazendo os criadouros larvários do mosquito transmissor.

* O autor é especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.