De olho nos prefeitos
Os cidadãos serão mais uma vez convocados às urnas no ano que vem para escolher os prefeitos e vereadores dos 5.570 municípios do País. De acordo com editorial desta semana do jornal O Estado de São Paulo, é uma escolha muito importante porque é o município a base do sistema político brasileiro. É no município que acontecem os fatos que mais afetam a vida de milhões de homens e mulheres no País.
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Informação confiável
Trata-se, pois, de mais uma excelente oportunidade para os eleitores buscarem informação confiável, sopesarem seus interesses e necessidades e identificarem no rol de candidatos aqueles que julgam estar preparados para melhorar suas vidas. Já dissemos que governar é difícil. Um governante, pois, para dar conta da responsabilidade de influenciar a vida de milhões de pessoas, deve estar munido de uma série de atributos que o qualifiquem para o desafio.
Definição de prioridades
No livro Do Institutions Mmatter? (As instituições importam?, em tradução livre), publicado em 1993, os jornalistas R. Kent Weaver e Bert A. Rockman enumeraram as dez capacidades que seriam indispensáveis a todos os governantes, seja qual for o sistema político-eleitoral de um país. É um bom decálogo para orientar o processo decisório dos eleitores. A primeira é a capacidade de definir prioridades diante da miríade de interesses coletivos em jogo, muitos deles contraditórios.
Recursos humanos e inovação
Uma vez definidas as prioridades, é fundamental, como segunda capacidade, que um governante saiba empregar os recursos humanos e financeiros para atingir tais objetivos eficazmente. A terceira capacidade é a de inovar quando os modelos até então tentados se mostram ineficazes para o atingimento daqueles objetivos.
Coerência e perdas a poderosos
A quarta é a capacidade de construir um “todo coerente” a partir da coordenação de projetos conflitantes. A quinta capacidade indispensável a um governante é a de impor perdas a grupos poderosos. Não raro os interesses desses grupos se contrapõem ao interesse nacional. A um governante cabe fazer a justa distinção.
Interesses desorganizados
A sexta capacidade que os eleitores devem enxergar em seus escolhidos é a de saber representar “interesses difusos e desorganizados” ao lado de “interesses concentrados e mais bem organizados”. Definido um programa de governo, cabe ao governante, por óbvio, cuidar de sua execução, avaliando eventuais mudanças que possam se interpor no caminho. Este é o sétimo atributo básico enumerado pelos autores.
Estabilidade política
Os governantes também devem assumir compromisso com a estabilidade política, de modo a criar as condições para que as ações do poder público possam surtir os efeitos delas esperados. O mesmo vale para os compromissos assumidos no plano internacional, área em que devem estar divididos claramente os interesses de governo e de Estado.
Abertura à conciliação
Por fim, mas não menos importante, um governante deve ser o primeiro a se mostrar aberto à conciliação das divisões políticas a fim de garantir que a sociedade “não degenere numa guerra civil”. Ou seja, é papel de um governante pacificar a sociedade, não estimular rupturas.
Sociedade madura
Tanto melhor seremos uma nação quanto os eleitores estiverem dispostos a observar a presença de tais atributos nos que lhes suplicam o voto. É um processo que não levará mais ou menos tempo a depender do grau de amadurecimento da sociedade entre um pleito e outro.
_________________BASTIDORES______________________
* Os holofotes da inteligência policial estão focados nos passos e conversas das facções criminosas que atuam dentro do complexo penitenciário de Americano, em Santa Isabel, próximo de Belém.
* Outros alvos são Marabá e Santarém. Claro que essas duas penitenciárias, como de resto todo o sistema penal do estado, estão com presos além da capacidade.
* O problema, após a carnificina em Altamira, é monitorar de forma permanente os criminosos para que eles não voltem a aterrorizar o ambiente onde se encontram.