Correio de Carajás

Projeto visa garantir futuro saudável, livre de agrotóxicos

Inibir o uso indiscriminado de agrotóxico nos municípios de Marabá, Nova Ipixuna e Bom Jesus do Tocantins e promover a conscientização do consumo e do cultivo de produtos orgânicos e agroecológicos, estimulando uma cadeia de produção saudável, esse é o objetivo do projeto ‘Plantando um Futuro Saudável”, lançado no último dia 07 de setembro na Escola Familiar Agrícola (EFA), em Marabá.

O projeto que será desenvolvido nos municípios de Marabá; Nova Ipixuna e Bom Jesus do Tocantins, todos no sudeste do estado do Pará, foi criado pelas promotoras de Justiça Josélia Leontina de Barros Lopes, Aline Tavares Moreira e Mayanna Silva de Souza Queiroz, com apoio do servidor Antônio dos Santos Motta.

O “Plantando um Futuro saudável” visa garantir a fiscalização em relação ao uso indiscriminado de agrotóxicos, conscientizando agricultores e consumidores para a existência de informações importantes sobre como lidar com o problema do excesso no uso destes produtos, que fazem tanto mal à saúde humana, à saúde animal e ao meio-ambiente, de um modo geral.

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No último dia 26 ocorreu a abertura oficial do projeto no município de Nova Ipixuna, com a entrega de uma cartilha explicativa. No dia 28, foi a vez do projeto ser apresentado no município de Bom Jesus do Tocantins.  ACS´s, professores, alunos e representantes de secretarias ligadas ao Meio-Ambiente conheceram o projeto.

Segundo a 8º promotora de justiça do Meio Ambiente de Marabá, Josélia Leontina Lopes, o projeto foi criado devido a necessidade de divulgação dos perigos relativos ao uso indiscriminado de agrotóxicos pelos produtores, bem como do desconhecimento dos resultados da manipulação de tais produtos, além do objetivo de valorizar cada vez mais o cultivo de orgânicos (produtos livres de agrotóxicos).

O desenvolvimento da iniciativa ocorrerá no período de outubro de 2018 a dezembro de 2019. O acompanhamento e avaliação das atividades do projeto serão feitos por meio de reuniões mensais no Ministério Público. Uma avaliação de meio termo das ações ocorrerá em julho de 2019, com a sugestão de averiguar in loco com os agricultores os resultados e verificar o nível de aceitação.

A avaliação final está prevista para janeiro de 2020, quando será feita uma análise da possibilidade de tornar o projeto uma atividade de duração continuada, caso os resultados sejam exitosos.

OBJETIVOS

Dentre os objetivos do projeto está a capacitação de produtores no aprendizado de cultivo de produtos orgânicos, mostrando a valorização de tais produtos, que será feita em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri), Serviço nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Também a criação de uma cartilha regulamentar para que os agricultores possam seguir as orientações de especialistas das também instituições parceiras como a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri); Emater; a capacitação dos técnicos sobre o uso dos defensivos naturais e adubação verde; Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam); Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e Sustentável de Marabá (CMDRS), Seagri e Embrapa.

Outras ações também previstas são a formação de agentes multiplicadores do conhecimento nas 101 escolas das Zonas Rurais dos municípios envolvidos, envolvendo alunos, professores e agentes de saúde. Um dos principais resultados esperados pela socialização do conhecimento é a criação de produtos pelos agricultores, que tenham qualidade e selo de certificação. Uma minuta de proposta de uma legislação para certificação desses produtos também já está sendo elaborada pela Procuradoria-Geral do município de Marabá.

Os objetivos do projeto bem como os resultados esperados foram lançados na EFA, em Marabá, bem como o cronograma detalhado das ações de execução. Dentre algumas ações iniciais do projeto destacam-se a capacitação de diretores das escolas rurais e de agentes comunitários de saúde (ACS´s), em Marabá, Nova Ipixuna e Bom Jesus dos Tocantins; entrega da arte da cartilha pela professora Andrea Hentz; e as reuniões de conscientização de sindicatos de produtores rurais dos municípios.

APRESENTAÇÕES

O projeto foi muito bem recebido pelo púbico alvo nos três municípios onde foi apresentado: Marabá; Nova Ipixuna e Bom Jesus do Tocantins, todos no sudeste do estado do Pará. Na reunião de Nova Ipixuna, o evento iniciou com a apresentação do projeto pelo servidor Antonio Motta. Em seguida, a 8º Promotora de Justiça do Meio-Ambiente de Marabá, Josélia Leontina Lopes abordou o assunto de forma clara e didática. “É importante iniciar o projeto. São passos de formiguinhas, porém, temos que começar. Também é necessária a contribuição de todos, pensando num futuro saudável. A união de vontade e de conhecimentos é que fez surgir esse projeto”, disse Josélia.

Também estiveram presentes na reunião de apresentação do projeto os secretários municipais de Agricultura e de Saúde, que apresentou os agentes comunitários de saúde (ACS´s), informando as localidades em que eles trabalham. Comparecerem ACS de todas as localidades do município.

Em Bom Jesus do Tocantins, participaram da reunião de lançamento do projeto o Presidente da Associação da Horta Comunitária, que falou de sua experiência sobre a dificuldade na orientação dos associados; o Secretário de Planejamento Social e Diretor da Fetagri, Domingos Pinheiro; representantes da secretaria de Meio-Ambiente; Vigilância Sanitária e alunos e professores de escolas urbanas e rurais. Outros parceiros do projeto são o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Instituto Chico mendes de Biodiversidade (ICMBio); secretarias municipais de Educação; INCRA; universidades e a Imprensa, de um modo geral.  (Ascom/MPPA)