Correio de Carajás

Picada de insetos

      A alergia à picada de inseto, conhecida como estrófulo, gera sintomas como vermelhidão local e coceira intensa. Alguns indivíduos podem ter reação alérgica exagerada (choque anafilático) caracterizada por queda da pressão arterial e extrema dificuldade em respirar devido ao edema de glote.

      O maior risco das picadas de inseto está na possibilidade do temido choque anafilático. Nestes casos, a reação é muito rápida e o indivíduo deve ser levado para o hospital o mais rápido possível, pois existe o risco de morte por asfixia. Por este motivo, diagnosticar as fases iniciais de uma reação alérgica sistêmica anterior ao choque anafilático tem grande importância para o tratamento.

      Para Mauro Yoshiaki, em uma reação local grave, as queixas incluem vermelhidão generalizada, urticária e edema com coceira. Essas reações aumentarão a probabilidade de reações sistêmicas graves se o paciente for exposto novamente. Em uma reação anafilática, os sintomas podem variar de leve a fatal. As queixas iniciais incluem coceira generalizada, urticária e edema de glote.

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      Esses sintomas podem progredir e o paciente desenvolver ansiedade, desorientação, fraqueza, distúrbios gastrointestinais, cólicas uterinas, incontinência urinária ou fecal, tonturas, falta de ar ou tosse. Se a reação progredir mais ainda, os pacientes podem ter insuficiência respiratória e colapso cardiovascular.

      São sintomas de alergia à picada de inseto vermelhidão, inchaço da área, coceira intensa, saída de líquido fluido e transparente pelo local da picada. Os insetos que mais causam reação alérgica são pernilongos e borrachudos, abelhas, marimbondos e vespas, formigas de fogo e pulgas.

      Ao ter alergia a algum destes insetos, o indivíduo tem 60% de chances de ter uma reação alérgica igual ou pior se for picado outra vez. Segundo Herberto Chong a incidência de sensibilização aos venenos de insetos é de 9 a 32 %, por testes cutâneos e ensaios imunológicos. Reações sistêmicas ocorrem em 0,3 a 7,5 % dos indivíduos sensibilizados.

      Os venenos que causam alergia são proteínas, a maioria enzimas, também presentes aminas vasoativas como a histamina, epinefrina, acetilcolina. As reações aos venenos de insetos podem ocorrer por mecanismos imunológicos ou não, com a possibilidade de reações cruzadas entre eles.

      Se a picada é alérgica, o local poderá ficar avermelhado e coçando muito. O efeito dura de 7 a 10 dias. A coçadura abre pequenas feridas e deixa manchas brancas que desaparecem em poucos meses. Em alguns casos, pode ocorrer infecção por bactérias, o que deixará uma ferida amarelada e até cicatriz na pele.

      O que fazer para evitar que a picada de um inseto vire ferida? Procure um dermatologista para que lhe prescreva um creme com corticoide para aplicar assim que perceber as picadas. Assim diminui a reação inflamatória, a coceira, a resolução é mais rápida e pode se evitar a formação de manchas.

      Para o tratamento da alergia à picada de inseto, recomenda-se passar gelo envolvido em tecido molhado no local por até dez minutos. O gelo vai promover vasoconstricção local e diminuir a inflamação. Na maior parte dos casos, o uso de creme à base de corticoide, de 2 a 3 vezes ao dia, por cinco dias, é suficiente para tratar a alergia.

      Ao coçar a área, o indivíduo pode agravar o quadro e gerar uma infecção secundária. Neste caso, recomenda-se o uso de creme à base de antibiótico para uma abordagem mais eficiente. Ediléia Bagatin afirma que a maioria das picadas de insetos pode ser tratada de forma aguda com compressas após higiene com água e sabão e água para minimizar a possibilidade de infecção.

      A adrenalina é o pilar do tratamento pré-hospitalar de uma reação sistêmica. A via de administração depende da condição do paciente e da experiência de quem está prestando o atendimento em saúde. Os anti-histamínicos e corticoides sistêmicos ajudam a controlar as reações sistêmicas.

* O autor é especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.

Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.