Correio de Carajás

Mostra Ver-a-Cidade já está aberta

A mostra fotográfica “Ver-a-Cidade” já está disponível para visitação na Galeria de Artes Vitória Barros, no Bairro Novo Horizonte. Chegando em sua 10ª edição, o evento homenageia o aniversário de Marabá e reúne imagens de diversos artistas da cidade. O objetivo é promover o intercâmbio e troca de experiências entre fotógrafos e amantes da fotografia.

Além disso, a mostra resulta numa importante exposição em homenagem ao município. Por isso, as fotografias selecionadas para a mostra são exclusivamente captadas na cidade, na tentativa de promover uma exposição sobre vários olhares em relação a ela. De acordo com a curadora, Natacha Barros, cerca de 400 pessoas já participaram do projeto, sendo que muitas já repetiram a participação mais de uma vez. Ainda segundo ela, hoje há um acervo com mais de duas mil fotos de autoria dos inscritos que passaram pela mostra.

Com o apoio da Prefeitura de Marabá e em comemoração ao lançamento do projeto, quatro fotógrafos foram premiados simbolicamente com o valor de R$ 250 na noite de ontem. Eles foram selecionados por uma banca examinadora que avaliou rigorosamente, seguindo os critérios divulgados no edital da exposição. Os vencedores foram: Antônio Morbach Neto, Milton Rocha, Rayda Matias e Vitória kênia.

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Segundo Natacha, em comemoração aos 10 anos de existência da exposição, será lançado um catálogo com a história da mostra, as imagens mais representativas que ficaram em exposição e a relação de todos os participantes durante a década.

Natacha Barros é curadora da mostra desde 2016

Lançamento

Este ano, o Ver-a-Cidade, pela segunda vez, contou com um evento simultâneo: o lançamento do livro “Para todas as formigas que são assassinadas pela indelicadeza dos dias”, do poeta Airton Souza. Trata-se de uma obra infantil que está sendo publicado pela Twee Editora, de Belém do Pará. O livro foi ilustrado pela artista belenense Flor Di Maria Fontelles.

O livro aborda pelo menos três questões importantes, que são: o companheirismo, o amor ao próximo e os descasos provocados pelos seres humanos. A história narra em tempo quase real a tragédia vivenciada em um formigueiro, provocada pelo envenenamento de todo o espaço do mesmo. É uma narrativa em primeira pessoa, onde uma formiga vai contando em tempo presente e ao mesmo tempo invocando a memória, o momento em que o formigueiro é atacado.

Surgimento

Iniciado em 2010, o Ver-a-Cidade nasceu como uma homenagem aos 97 anos da cidade. Na primeira edição o projeto ainda não estava aberto ao público. A proposta surgiu como uma mostra coletiva de fotógrafos, artistas visuais e uma parceria com o Prof. Alixa Santos, na época coordenador do Núcleo de Arte Educação da UFPA/CAMAR, e seus alunos do Curso de Formação em Arte Educação – FAE. Foram ao total 33 participantes, com aproximadamente 100 imagens sobre Marabá.

Nas edições seguintes, o espaço para pensar a cidade foi aberto à comunidade. A cada edição a produção do projeto pensava em como melhorar o alcance de suas ações. A primeira edição aberta ao público foi produzida por Jairon Gomes, numa versão em categorias e premiações, na qual seis pessoas, entre profissionais e amadores, foram contempladas: Dan Baron, Glauco Brito Filho, Mateus de Moura Zaidon, Maria Ataliana de Sousa Lima, Maria Suely Ferreira Gomes, Debora Dias Rodrigues.

O prêmio ficou para trás, mas algumas características permaneceram, como a ideia de categorias que seguiu vigente até 2015, no Ver-a-cidade VI, e o padrão para impressão das imagens, ainda respeitando os tamanhos de papéis que existiam quando ainda se revelava o filme fotográfico.

Bem, o filme fotográfico também passou e o projeto teve de lidar com a imagem digital e todas as questões que suscitaram desta mudança, assim como escreveu Natacha Barros, curadora da Mostra desde 2016.

O antigo padrão 15x20cm de impressão fotográfica teve de ser atualizado. O autor tem agora autonomia para imprimir no que achar mais pertinente a sua proposta, e isso também será avaliado como um critério estético. Papel fotográfico, Couchê, tecido, papelão, papel algodão, plástico, enfim. Tamanho e suporte entraram nesta edição como objetos de avaliação do projeto e tem o objetivo de incentivar a pesquisa por materiais e novas linguagem atreladas a fotografia contemporânea. O que se espera é que os participantes tenham espaço para experimentação da linguagem, e que possam pensá-la como um meio híbrido. (Karine Sued)

Destaque

Os vencedores deste ano foram: Antônio Morbach Neto, com as fotos “Luta pelo espaço” e “Rainha”; Milton Rocha, com “Matadouro I e II”; Rayda Lima, com “Transporte Ribeirinho”, “Pousada do Sol” e “Retrato de uma longa jornada”; e Vitória Kênia, com “Porto Seguro”, “Estradas da Vida” e “Sem destinos”.