Correio de Carajás

Linha de cerol fere mais pessoas na região

A morte do trabalhador David Torres da Silva, de 39 anos, que teve o pescoço cortado por um alinha cerol (ou linha chinela) em Marabá no final de semana foi o caso mais extremo causado por essa brincadeira de soltar pipas. Mas outros incidentes têm sido até corriqueiros na região e por sorte os outros casos não resultaram em morte.

Em Jacundá, por exemplo, o servidor público municipal Francivaldo Abreu, também foi vítima da linha de cerol. Felizmente, no caso dele, deu tempo: o reflexo rápido evitou uma lesão mais grave. Francivaldo acabou lesionado no braço.

O incidente ocorreu na tarde de terça-feira, 30, quando ele passava de moto pela Rua Santa Rosa, esquina com a Rua Amazonas, no Bairro Palmares. Francivaldo foi surpreendido por uma linha. “Só tive tempo de levantar o braço para proteger o meu rosto”. A linha com cerol causou uma pequena lesão no seu braço esquerdo.

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Não muito longe dali, na cidade de Breu Branco, uma criança de três anos de idade teve o rosto e as costas lesionadas pelo mesmo material. O caso ocorreu no dia 24 de junho. O pai da menina conta que ela estava brincando com amigos na rua onde moram, Bairro Santa Catarina, e não percebeu uma linha atravessada na via pública.

“Eu estava sentado em frente de casa quando a linha atingiu minha filha, rapidamente peguei a linha que ainda atingiu o rosto e o ombro dela, se não tivesse visto talvez teria acontecido o pior”, relata o pai da criança.

Criança de 3 anos, em Breu Branco, teve o pescoço e o ombro feridos

Na cidade de Tucuruí foi diferente: as vítimas foram moradores de vários quarteirões. Uma linha solta causou um curto-circuito na linha de transmissão de energia. De acordo com um morador onde houve o curto-circuito, a pipa se prendeu nos fios elétricos, e ao ser puxada, os cabos de alta tensão se encostaram e provocaram uma forte descarga elétrica. O Corpo de Bombeiros foi acionado e isolou para evitar acidente, já que fios energizados estavam no meio da rua. Não houve vítimas lesionadas.

Leoze Nunes, idealizador do torneio de pipas de Jacundá, acredita que “a conscientização é o caminho para mostrar aos praticantes o perigo causado pela linha chilena ou com cerol – uma mistura de vidro e cola aplicada diretamente na linha- é crime”.

Para conscientizar praticantes do “esporte” de soltar pipas, o Conselho Tutelar da cidade de Jacundá divulgou nota em redes sociais sobre o assunto. “Está sendo um perigo permitir que seus filhos soltem pipas nas ruas, quintais, lotes baldios que dão acesso ao trânsito de qualquer natureza sem a devida vigilância de vocês, pai, mãe ou responsável. Essa brincadeira tem ceifado vidas de pessoas em outras cidades”, diz trecho da nota. (Antônio Barroso/Freelancer)