Correio de Carajás

Grupo de jovens marabaenses faz da solidariedade um perfeito presente de Natal

Para contribuir com o Corrente Solidária, o contato é feito através da conta no Instagram @correntesolidariamaraba / Foto: Reprodução

Proporcionar um Natal com comida na mesa para pessoas carentes é uma das missões do Corrente Solidária, um grupo ativo há cerca de oito anos e que realiza campanhas regulares para arrecadação de alimentos, roupas e brinquedos, que são distribuídos em regiões periféricas de Marabá.

O trabalho realizado pelo time formado por 29 voluntários reflete o inconformismo que eles sentem diante da situação de vulnerabilidade social de centenas de marabaenses.

Às vésperas das festas de final de ano, época conhecida por causar um sentimento de reflexão e esperança no coração das pessoas, o Correio de Carajás conversou com três integrantes do Corrente Solidária, que falaram sobre como a iniciativa impacta a vida tanto de quem é beneficiado pelas ações, quanto daqueles que trabalham por elas.

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Tayná Rodrigues dos Reis, 27 anos, empreendedora do ramo da beleza, está no grupo há cerca de cinco anos e conta que ele surgiu após um grupo de amigos se reunir e decidir ajudar ao próximo. “Eu entrei e me identifiquei com o Corrente Solidária”.

A primeira ação foi uma arrecadação de material escolar para crianças carentes, carinhosamente apelidada de “mochilinha”. Além disso, a cada data comemorativa relevante – Dia das Crianças, das Mães, etc – o grupo realiza ações e campanhas voltadas para arrecadação de alimentos e itens que beneficiem aqueles que precisam.

“Às vezes a gente tira do próprio bolso e acaba comprando as coisas para fazer a ação”, divide Tayná. O grupo heterógeno é formado por voluntários de diversos bairros da cidade, empenhados em levar ao menos um pouco de dignidade para a população periférica.

Antes da pandemia de covid-19, o trabalho do grupo não se resumia a datas específicas, havendo ainda a distribuição de caldos em frente aos hospitais públicos de Marabá e para as pessoas desabrigadas em decorrência das enchentes.

Atualmente, devido às dificuldades encontradas no pós-pandemia, as ações beneficentes acontecem em momentos pontuais.

MOTIVAÇÃO

“Logo que conheci o grupo teve uma enchente e eu me senti na obrigação de participar para ajudar as pessoas”, relembra a estudante de direito Pamela Walery, 22 anos. A jovem detalha que na época levou caixas para a universidade com o intuito de arrecadar doações. “Eu saí pedindo nas salas de aula, movimentava grupos, perguntava se as pessoas queriam doar”.

A estudante detalha que após esse passo inicial, ela se viu dedicando-se ainda mais ao trabalho voluntário. “Cada obrigado que recebemos é um pagamento pra gente”.

Amor ao próximo, empatia e a capacidade de se colocar no lugar outro são exemplos de sentimentos e sensações que foram acentuadas diante da realidade vivida pelas pessoas que recebem as doações do grupo.

Emocionada, Pamela divide com a reportagem que muitas vezes o ser humano fica fechado em seu próprio mundo e não presta atenção ao que está acontecendo ao redor. “O Corrente Solidária mudou minha vida, eu passei a ver as coisas de outra forma”.

Para ela, o significado de solidariedade é o empenho em ajudar o outro, dar apoio a quem precisa, para que a pessoa perceba que não está sozinha. “A gente sabe que agora no Natal nem todo mundo pode ter uma ceia e por isso estamos muito empenhados nessa campanha”. Noéli Carreiro, 29 anos, também destaca o quão a data é importante para o grupo. “Já tem alguns anos que a campanha de Natal acontece e ela é uma das mais importantes”, afirma.

COMO AJUDAR

Quem quiser contribuir com o Corrente Solidária pode entrar em contato através da conta do grupo no Instagram: @correntesolidariamaraba. Podem ser doados alimentos avulsos, cestas básicas, roupas, calçados e brinquedos. (Luciana Araújo)