Correio de Carajás

Após apelo nas redes sociais, neta vê a avó ser atendida

Vista por vários profissionais no domingo (13/1), que se revezavam na “avaliação” do caso dela, sem tomar nenhuma providência de fato, uma idosa de 73 anos passou uma noite inteira deitada sobre uma longarina no meio do corredor do Hospital Municipal de Marabá (HMM). A ela, a alegação é de que não havia leitos disponíveis e nem macas naquela noite. E mais, o médico especialista só estaria lá na segunda-feira.

A neta da mulher, a auxiliar administrativa Estéfany Alencar, procurou o Jornal CORREIO na manhã de ontem (14) denunciando o fato e pedindo ajuda para que a avó fosse atendida. Algumas horas mais tarde, depois que a reportagem consultou a Ascom da Prefeitura sobre o caso, a aposentada Maria Helena Silva de Azevedo finalmente foi acolhida.

A paciente foi diagnosticada com hérnia umbilical há aproximadamente 10 anos e vinha se tratando. No domingo, ela deu entrada no hospital com muitas dores e vômito, por volta das 14 horas. De acordo com a neta, por falta de leito, a idosa dormiu em uma cadeira, e, no dia seguinte, ela teria conseguido um colchonete, que foi colocado no chão na intenção de que o pouco conforto servisse para aguardar atendimento.

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A jovem segue narrando que que por volta das 23 horas daquele mesmo domingo, a avó foi atendida pelo médico que estava de plantão, e que também se identificou como cirurgião, porém, que ele nada fez. “Ele foi lá, olhou para ela e foi embora. Não anotou nada na ficha dela. Então, a enfermeira disse que teríamos que passar a noite lá e que hoje, entre 7 horas e meia-noite, o cirurgião iria aparecer”, disse.

Ainda de acordo com Estéfany, o clínico geral que atendeu a avó afirmou que o caso era de urgência, solicitou alguns exames e pediu que quando ficassem prontos ela deveria se direcionar ao Pronto Socorro e efetuar uma ligação para o cirurgião. “Após um ficar jogando para o outro, dizendo que não era da alçada deles, recebi a informação de que o caso da hérnia da minha avó não era urgente”, desabafou.

A auxiliar administrativa entende que a avó e ela foram desrespeitadas na utilização do serviço público. “Ela entrou com dores intensas, sem comer, sem beber água, sem ir ao banheiro e vomitando. Sem contar que a hérnia está bem inchada e infeccionada. Um descaso total com uma senhora de 73 anos passando mal desse jeito”, finalizou.

Outro lado

Questionada pela Reportagem do CORREIO sobre o caso, a Prefeitura de Marabá informou, por meio de nota encaminhada por e-mail, que após a idosa ter dado entrada no HMM, o cirurgião foi convocado e fez a chamada do nome da paciente para que ela fosse atendida. Não obtendo resposta, presumiu-se que ela não estivesse nas dependências do hospital.

De acordo com a Prefeitura, na manhã de ontem, por volta das 10h50 horas, novamente a paciente foi chamada e atendida com o clínico geral e o cirurgião para verificar os procedimentos a serem tomados. Ainda segundo a nota, o hospital tem cirurgiões de plantão todos os dias e que todos os procedimentos foram tomados para que a paciente fosse atendida ainda no domingo, porém a idosa não se encontrava dentro do espaço de ambulatório.

A história se repete

Quem também usou as redes sociais para se queixar do atendimento no HMM foi a senhora Patrícia Cabral da Silva. Ela usou a sua conta no Facebook para relatar os apuros de quem procura o hospital e não encontra médicos especialistas, como cardiologista. “A pessoa chega passando mal e tem que esperar até segunda-feira para ser atendida”, queixa-se. Inconformada com a situação, a jovem desabafou: “Ao invés do prefeito estar reformando praças, deveria contratar médicos cardiologistas para o hospital”.

(Karine Sued)