Correio de Carajás

Apae leva debate sobre Down à praça, em Marabá

A sociedade marabaense ainda tem muito a aprender sobre o universo da Síndrome de Down e como tornar a vida dessas pessoas ainda mais inclusiva. Essa é uma das principais mensagens que fica de uma ação promovida esta semana pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em Marabá. Os alunos da instituição e seus pais e amigos ocuparam espaço nobre na Praça São Francisco, Centro da Cidade Nova, levando dança, música e debate para quem passava por ali. Foi a forma da instituição chamar a atenção para o tema.

Toda essa ação fazia parte das comemorações locais do Dia Internacional da Síndrome de Down, que é comemorado no dia 21 de março. A data foi escolhida com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, bem-estar e inclusão das pessoas com Down na sociedade. O intuito é dar voz e visibilidade às pessoas que nascem com uma alteração genética, caracterizada pela presença de um cromossomo extra nas células.

Em Marabá, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), foi fundada em 14 de março de 1998, com a missão de incluir na vida das pessoas com deficiência intelectual, ações integradas, levando-os ao caminho da transformação. Atualmente, são atendidas cerca de 81 pessoas com esta condição genética no município.

Leia mais:
Socorro Cavalcante, diretora da APAE, agradece apoio da Imprensa e comunidade

Socorro Cavalcante, diretora da APAE de Marabá, alerta que apesar de algumas limitações, a síndrome de Down não as faz mais fracas do que outras pessoas e, que nem devem ser vistas como coitadas. A alteração genética não impede que a pessoa desenvolva suas habilidades físicas e intelectuais, só é necessário que se dê mais tempo para isso. “Elas vivem a vida e fazem tudo o que todos fazem. Tem amigos, relacionamentos e trabalho”, afirma.

Além disso, a diretora desmistifica a ideia que muitas pessoas possuem sobre a síndrome. “Muitas pessoas acreditam que síndrome é resultado de alguma ação negligente dos pais durante a gravidez, mas não é nada disso. A Down é causada por um erro na divisão das células durante a formação do bebê. Por isso, qualquer mulher, de qualquer classe social ou raça pode ter um filho com síndrome de Down”, explica.

Alteração genética

A síndrome de Down é uma alteração genética na divisão celular do óvulo, resultando em um par a mais no cromossomo 21, chamado trissomia. Há cerca de 300 mil pessoas com Down no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Dia Internacional da Síndrome de Down está incluído no calendário da Organização das Nações Unidas (ONU) e é comemorado pelos 193 países-membros.

Apae

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) nasceu em 1954, no Rio de Janeiro. Caracteriza-se por ser uma organização social, cujo objetivo principal é promover a atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e múltipla. A Rede Apae destaca-se por seu pioneirismo e capilaridade, estando presente em mais de dois mil municípios em todo o território nacional.

O trabalho de acompanhamento das crianças com síndrome de Down deve ser multiprofissional e interdisciplinar. Em Marabá, as crianças da APAE contam com fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicopedagoga, fisioterapeuta e psicóloga.  (Karine Sued, com informações de Josseli Carvalho)