Correio de Carajás

Capivara encontrada na Folha 12 é resgatada pela Fundação Zoobotânica

A capivara que foi encontrada na Folha 12, Núcleo Nova Marabá, por moradores da localidade, finalmente foi resgatada. A equipe da Fundação Zoobotânica de Marabá ficou sabendo da situação do animal através das reportagens produzidas pelas equipes do Correio de Carajás e da TV Correio, e prontamente entrou em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) para solicitar autorização para fazer o resgate.

Na quarta-feira, 18, a equipe da fundação foi até o local e em 15 minutos realizou o resgate. O biólogo Manoel Ananis, que acompanhou o procedimento, explica que provavelmente a capivara havia sido abandonada no local, devido ao seu comportamento de animal doméstico.

Os servidores levaram cerca de 15 minutos para captura-la. (Foto: Divulgação)

“Se alguém diz que aquela capivara apareceu do nada lá, pode esquecer, pois o muro do local é alto e capivara não dá grandes saltos e não havia buracos por ali. Então, provavelmente alguém a criava e a abandonou no local, tanto que quando chegamos lá, ela se aproximou de nós e animais selvagens não chegam perto de seres humanos”, explica Ananis.

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Na FZM, ela foi mantida em quarentena, isolada das outras capivaras, onde está sendo alimentada com capim, já que na Folha 12 ela não se alimentava e estava exposta a uma água de esgoto, que pode ter sido contaminada com alguma doença. Serão feitos exames de sangue, vermifugação, e outros procedimentos veterinários. Após a sua recuperação, ela será colocada em outro cativeiro, junto com as demais.

Nem mesmo a capivara escapou de uma quarentena. (Foto: TV Correio)

Em consequência da domesticidade da capivara, ela não será solta na natureza, já que segundo Ananis, o animal não sobreviveria. “Não há condições de um animal domesticado sobreviver na natureza, primeiro porque ela não conseguirá se alimentar sozinha, segundo que ela não teme mais o ser humano, logo, um caçador pode se aproveitar da situação e matá-la. Então, faremos o que é a nossa obrigação enquanto instituição protetora de animais”, esclarece Ananis.

CRIME AMBIENTAL

Até o momento, só foi verificado que a capivara possuía comportamento de animal doméstico, o que não descarta a possibilidade de ela realmente ter pertencido a alguém. Segundo Manoel Ananis, o possível dono da capivara ainda não foi identificado pela Semma, mas caso venha a ser encontrado, responderá por crime ambiental, uma vez que criava um animal silvestre possivelmente sem autorização dos órgãos ambientais competentes.

Por apresentar um comportamento doméstico, a capivara não deve ser devolvida a natureza. (Foto: TV Correio)

Segundo o Art. 29 da Lei 9605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), o suposto dono da capivara pode sofrer uma pena, que pode variar em detenção de seis meses a um ano e multa, que pode chegar a R$ 5.000,00. “Vai ser difícil encontrar o autor desse crime ambiental, pois lá ninguém sabia informar a origem da capivara. Mas, se encontrado, o responsável deve ser multado”, diz Ananis. (Zeus Bandeira)