Na manhã de hoje, quarta-feira (4), a equipe do Departamento de Postura de Marabá trabalha removendo construções de madeira na localidade conhecida como Vila Socó, onde já existiram várias olarias, às margens do Rio Itacaiunas. O coordenador do órgão Túlio Rosemiro, informou ao Correio de Carajás tratar-se de ação conjunta com Ministério Público, além de outras instituições, por ser área pública e alagadiça, destinada a construção de um parque.
“A área onde está sendo retirado foi indenizada em relação à construção da ponte, isso rola há uns 12 anos, e aqui vai ser um parque. A área está abaixo da cota 82 e não tem como ter residência, é alagadiço”, explica.
Ele acrescenta que não existia mais pessoas morando nas construções em questão, porém recentemente houve nova ocupação da área e atualmente cerca de 40 pessoas vivem na região. “Estão tentando invadir área onde não pode ter residência. O MP e a prefeitura fizeram laudo comprovando que em 15 dessas casas não existia ninguém, só estavam segurando lote que não pertencem a eles. Estamos retirando casas desocupadas”, afirma.
Leia mais:Questionado sobre as olarias, Rosemiro disse que atualmente há apenas quatro ou cinco trabalhadores no local que ainda vivem da atividade. “O restante é invasor”, concluiu. Por fim, acrescentou que a ação é continuidade da operação que vem sendo desenvolvida em vários setores da cidade.
“No Bairro Amapá e Santa Rosa também retirados, São Félix já tiraram mais também, na cidade inteira, até na Vila União estão invadindo área da PMM. A gestão não permite, a área pública é para fazer melhorias para o município, para todos”, encerra.
A ação, entretanto, não agradou quem tinha construções no local. Euclides Ferreira Mendes diz que mora há 38 anos no local e afirma estar revoltado com a situação. “Eu acredito que essa retirada em Marabá, para nós moradores na área, é um choque de contradição contra a justiça verdadeira, está nos judiando o órgão público. Até agora nada foi avisado, não pediram documento, não pagaram nada de aluguel”, declarou.
Conforme os oleiros, na próxima quarta-feira, dia 11, haverá reunião entre Ministério Público e a comunidade em questão, às 13 horas, para tratar da questão. “Creio que a Justiça tem que dar a nós os direitos, infelizmente estamos atacados num país em que não podemos agir contra eles, só quem pode agir é a Justiça”, finalizou. (Luciana Marschall – com informações de Chagas Filho)