As ruas de Caracas, capital da Venezuela, foram tomadas por confrontos nesta terça-feira (30) horas após o presidente autoproclamado do país, Juan Guaidó, ter convocado a população a se manifestar contra o regime de Nicolás Maduro. Guiadó anunciou o apoio de militares para derrubar o governo e deu início à fase final da chamada Operação Liberdade.
Já Maduro acusa os oposicionistas de tentativa de golpe. Ele postou mensagem na qual diz que militares demonstraram “total lealdade ao povo, à Constituição e à Pátria”. Também convocou às ruas a população que o apoia. “Venceremos”, escreveu o chavista em rede social.
Em Nova York, o embaixador venezuelano na Organização das Nações Unidas (ONU), Samuel Moncada, afirmou que “o governo do presidente Nicolás Maduro derrotou todas as tentativas de criar uma guerra civil”, em seu país, referindo-se à movimentação liderada por Guaidó. Disse ainda que o que aconteceu na Venezuela foi um típico golpe articulado pelos Estados Unidos na América Latina.
Leia mais:Ainda pela manhã, grupos de manifestantes tentaram entrar na principal base aérea do país, a Generalísimo Francisco de Miranda, conhecida como La Carlota. O local foi escolhido como ponto de apoio a Guaidó.
Manifestantes forçaram as grades, mas os militares responderam com disparos de bombas de gás. Carros blindados da polícia também avançavam sobre manifestantes.
Um dos veículos chegou a acelerar sobre a multidão, atropelando pessoas e provocando uma correria que derrubou mais gente perto da La Carlota. Logo após o carro avançar, uma chama foi vista sobre o veículo. Não era possível identificar, no entanto, de onde partiu o fogo.
Nas ruas, mais cedo, militares já haviam disparado bombas contra manifestantes. De acordo com a rede de TV estatal Telesur, policiais tentaram dispersar com gás lacrimogêneo aqueles considerados “golpistas”.
A base La Carlota fica na região leste de Caracas, a cerca de 13 quilômetros do Palácio Miraflores, sede do governo. Em 2002, o local foi declarado zona de segurança militar. Os voos para lá estão proibidos desde 2014, de acordo com o jornal colombiano “El Mundo”.
O presidente autoproclamado surpreendeu ao aparecer nas imediações de La Carlota em companhia de Leopoldo López, o líder da oposição que estava em prisão domiciliar, foi libertado e reapareceu em público pela primeira vez justamente nesta terça.