Correio de Carajás

O Pará que aguarda Helder

O Pará que aguarda Helder (1)

Pelo tamanho que tem – é o segundo maior estado do país em extensão territorial -, o Pará é sinônimo de desafio para qualquer governante. Diferenças de costumes, cultura, peculiaridades econômicas e ambientais, o estado tem um povo que caberia todo dentro da cidade de São Paulo. Esse é o Pará que será governado por Helder Barbalho daqui a 5 dias, pelos próximos quatro anos. São regiões distantes até 2 mil km da capital que reclamam a presença do governo. Queixas muitas vezes não atendidas que alimentaram a ideia de criação de estados como Carajás e Tapajós.

O Pará que aguarda Helder (2)

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Prefeitos e políticos que trabalharam para eleger o jovem emedebista sabem que na maioria dos municípios a parceria com o governo do estado é fundamental para o sucesso de suas gestões. Não basta apenas fazer o repasse de verbas do Fundo de Participação dos Municípios, cada vez menores nestes tempos de crise. É preciso atuar na educação, na saúde, na segurança, além de manter estradas em condições de trafegabilidade. Helder sabe que não pode falhar. E está consciente disso.

Orçamento pra lá de apertado

Entre receita e despesas para 2019, ele herda um governo no limite, com mais apertos do que folga. Não é à toa que poderá remanejar até metade desse orçamento para adequá-lo ao seu plano de governo e cumprir as promessas de campanha eleitoral. O orçamento prevê receita de R$ 28,5 bilhões, e despesa de R$ 25,5 bilhões. Deve ser deduzido dessa receita o valor de R$ 3 bilhões do Fundeb. Dos R$ 28,5 bilhões de receita, cerca de R$ 20,9 bilhões são provenientes de receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado.

Metade com saúde…

Desses R$ 20,8 bilhões, há R$ 14,4 bilhões, ou 68,90%, que resultam de arrecadação própria do Estado, enquanto outros R$ 6,5 bilhões envolvem  transferências federais, além de R$ 349,9 milhões referentes a receitas de operação de crédito. Helder sabe que em 2019 os gastos com saúde, educação e segurança pública, comprometidos com 53% do valor total de recursos da arrecadação própria, se somados a outras fontes de receita, deve atingir R$ 9,6 bilhões. Os números são duros, mas não podem ser ignorados, pois são com eles que o novo governador terá de trabalhar.

Custos de ativos e inativos

A folha de pessoal do Estado, com seus 110 mil servidores, abocanha R$ 13,7 bilhões. Desse volume de dinheiro, R$ 10,3 bilhões são usados para pagar os funcionários que estão em atividade, representando 75,18% da folha. Outros R$ 3,4 bilhões, ou 24,82%, são servidores inativos. A previsão de crescimento do produto interno bruto, o PIB paraense, para 2019 é de 2,15%. Se apostar no otimismo nacional, talvez fique dentro da meta. De qualquer maneira, apesar dos pesares, a coisa não está tão feia como foi pintada. 

_______________________BASTIDORES__________________________

* Os nomes que devem ficar em maior evidência, entre os secretários de governo escolhidos por Helder Barbalho são, pela ordem, Leila Freire, na Seduc; Ualame Machado, na Segup, e Alberto Beltrame, na Sespa. São secretarias que movimentarão, juntas, quase R$ 6,5 bilhões.

* Deputados estaduais que aprovaram o orçamento de 2019 terão R$ 32 milhões em emendas para distribuir em obras e serviços nos municípios onde atuam.

* Márcio Miranda tem dito a amigos mais chegados que pretende descansar nos primeiros dias de janeiro. Depois, se dedicará à iniciativa privada. Ele é dono de uma clínica médica em Castanhal. Mas nem passa por sua cabeça desistir da política.

* Foi de autoria do deputado Carlos Bordalo a emenda que amplia a margem de remanejamento do orçamento de 25% para 50%.  Isso facilita as coisas para Helder.

* Do deputado Eliel Faustino: “vamos fazer uma oposição responsável e estamos dando essa oportunidade ao governo que estará entrando para que ele possa fazer as mudanças no orçamento que achar necessário”.

* Jatene larga a política? Perguntem a ele.