Correio de Carajás

13° Salário : Investir, economizar ou quitar dívidas?

13° Salário Investir, economizar ou quitar dívidas?

Com a aproximação do fim do ano começa a expectativa de como usar o 13° salário, que deverá ser pago em duas parcelas até 20 dezembro para a maioria dos trabalhadores assalariados. Por lei, as empresas têm até o dia 30 de novembro para pagar a primeira parcela. Em consulta no comércio de Parauapebas, o Jornal Correio identificou que economizar, investir e quitar as dívidas são os principais planejamentos entre quem recebe o pagamento.

A gerente de loja Luziânia Silva já definiu como vai empregar o valor. “Neste ano realizei alguns sonhos pessoais e vou destinar o 13° para construir o muro da minha casa e adiantar a parcela do carro. Já estou me programando para entrar no próximo ano com o saldo positivo”, conta.

Luziânia também planeja investir parte do dinheiro em um curso técnico na área administrativa. Ela é mãe de três filhos e afirma ter muita consciência na hora de gastar. “Penso muito até nos centavos que vou gastar, tudo é planejando pensando no futuro dos meus filhos”, afirma a gerente.

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Já a consultora de vendas Cirlene Silva relara que precisou aprender com os erros. “Ano passado fiquei no vermelho, fiz compras usando o cartão de crédito e não fiz as contas de quanto teria que pagar no final do ano, aí meu marido precisou me ajudar a quitar as dívidas”, explica. Agora ela garante que primeiro vai pagar o IPVA e só depois vai se dar de presente uma extensão de cílios e uma micropigmentação nas sobrancelhas. Por fim, ainda sobra o que poupar. “Vou tirar uma parte e deixar na poupança, aprendi a lição”, garante.

“Ano passado fiquei no vermelho, fiz compras usando o cartão de crédito e não fiz as contas de quanto teria que pagar no final do ano”

Nancy Ferreira trabalha no ramo da estética e ainda não recebeu o 13°, mas pretende usar “30% para finalidades futuras”, como viajar, mesmo que ainda não tenha escolhido o destino. O restante, deverá ser utilizado para minimizar impactos financeiros na vida dela. “Como é um salário extra vou gastar parte do valor para quitar algumas contas”. Nancy costuma usar o 13° para pagar cursos, contas e também “fazer umas comprinhas”.

A farmacêutica Samara Macedo Rodrigues irá receber o primeiro 13° salário e demonstra estar consciente com o uso do dinheiro. “Vou usar parte para pagar funcionários, vou guardar uma quantia e o restante vou me dar looks de presente para o final do ano. Sempre faço planejamento financeiro, sempre me programo”, ensina.

“Sempre faço planejamento financeiro, sempre me programo”

A estimativa do Dieese é que aproximadamente R$ 4,1 bilhões de reais deverão ser injetados nas duas parcelas no Estado. No Pará o valor médio a ser pago ao conjunto de trabalhadores a título de 13º salário 2019, foi estimado pelo Dieese em R$2.111,48, inclusive o pessoal do regime próprio do Estado e Municípios.     

Em termos dos proventos da Previdência, o valor médio a ser pago no Pará é de R$ 1.067,46. Dentro desta média encontra-se o pessoal do Regime Geral – Beneficiários do INSS. Os empregados do mercado formal no Pará receberão em média R$ 2.735,49 (dentro desta média total, já se encontra também a média total que será recebida pelo trabalhador doméstico com carteira assinada com o valor médio no Pará de R$ 1.077,00).

Entenda

A estimativa do Dieese é que aproximadamente R$ 4,1 bilhões de reais deverão ser injetados nas duas parcelas no Estado. No Pará o valor médio a ser pago ao conjunto de trabalhadores a título de 13º salário 2019, foi estimado pelo Dieese em R$2.111,48, inclusive o pessoal do regime próprio do Estado e Municípios.  

   

O contabilista Raimundo Salame sugere estratégia

Confira as dicas do especialista

O presidente da Associação dos Contabilista de Marabá e Região (Acomar), Raimundo Salame, destaca que é importante lembrar dos gastos referentes ao final do ano e ao início do seguinte, como IPVA, IPTU o imposto de renda. “Qual a melhor estratégia para planejar o orçamento financeiro nessa época do ano? É não esperar o fim de dezembro para fazer isso. Devemos evitar endividamento desnecessário”, diz, enumerando dicas sobre como utilizar o recurso extra:

1°- Deve-se evitar endividamentos desnecessários. Escolha com cuidado os gastos de final do ano. 

2°- Devemos priorizar o pagamento à vista com 13°. Pode ser difícil, para algumas pessoas, escolher essa forma de pagamento, mas essa dica é importante nesta data, quando nos endividamos bastante, principalmente pelo parcelamento de compras no cartão de crédito ou no crediário. É importante quitar dívidas e não fazer mais dívidas. 

3°- É importante ter uma reserva de dinheiro para eventualidades, pense que o 13° é uma vez no ano. Não pense que 13° será utilizado apenas para compras e pagamento de dívidas, reserve para parte desse valor para aplicações e outro tipo de investimento. Se ainda não tem crie um fundo de emergência para situações inesperadas.  

4°- Devemos levar em consideração que o 13° vem com o desconto, leve isso em consideração na hora de planejas seus gastos e não se exceda.  

5ª – Pense nos gastos dos anos seguinte, o IPTU, por exemplo, normalmente é cobrado já a partir de janeiro, assim como IPVA. Por que não reservar parte desse dinheiro para pagamentos dessa dívida? Desta forma você conseguirá descontos e não terá o orçamento comprometido durante o primeiro semestre.

6ª – Faça um orçamento mensal e um anual. Essa é uma dica muito valiosa porque permite que leve em consideração os gastos sazonais e até mesmo algum imprevisto que tiver com saúde ou manutenção de veículo, por exemplo.

7ª – Se houver dívidas a quitar use o 13º Salário, por mais que possa ser difícil. O 13º Salário pode ser justamente o alívio financeiro que você aguardava para quitar as dívidas. É muito comum quando nos endividamos durante o ano, principalmente por meio de financiamentos, parcelamentos de faturas de cartão e assim por diante. Se for o caso, aproveite também para diminuir as compras de Natal e começar o ano no azul. Aprenda a lição e não contraia mais dívidas neste período ou ao longo do ano seguinte. (Theiza Cristhine e Luciana Marschall)