Correio de Carajás

Unifesspa é a quarta pior universidade do Brasil

Com nota de 8,76, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Estado do Pará (Unifesspa) é considerada a quarta pior do país no Ranking Universitário Folha, divulgado nesta semana pela Folha de S. Paulo. A universidade atingiu a 192º posição, à frente apenas da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Universidade da Região da Campanha (URCAMP), no Rio Grande do Sul, e Universidade do Tocantins (UNITINS), esta última com nota 2,69. Para efeito de comparação, a primeira colocada, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), obteve nota 97,42.

As demais universidades públicas paraenses também não obtiveram colocações de destaque. A melhor colocada, na 27ª posição, é a Universidade Federal do Pará (UFPA), com nota 79,68. A Universidade do Estado do Pará (UEPA), que possui unidade em Marabá, ficou na 118ª posição, com nota 38,40. Na 117ª colocação aparece a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), com a nota 38,56, e na 136º a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), com nota 34,63.

A nota no ranking é obtida com base em cinco indicadores: pesquisa, internacionalização, inovação, ensino e mercado. Ao todo, 42% do total é formado por pesquisa, que considera o número de trabalhos acadêmicos publicados (artigos científicos em revistas internacionais e nacionais e teses), o impacto desses trabalhos, (medido pela quantidade de citações em outros estudos) e montante arrecadado para pesquisa.

Leia mais:

Outros 32% da nota avaliam o Ensino, ou seja, aspectos ligados ao corpo docente da instituição, como dedicação em carga horária e titulação. Considera, ainda, a opinião dos docentes sobre as instituições em pesquisa do Datafolha e a nota média dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).

Dezoito por cento da nota é formada por consulta ao Mercado de Trabalho, considerando a opinião de 5.793 profissionais de RH consultados pela Datafolha em 2015, 2016 e 2017 sobre preferências de contratação. Outros 8% são baseados em Internacionalização e Inovação: metade para a quantidade de trabalhos em colaboração internacional (2013 e 2014) e impacto global dos estudos da universidade em dados coletados na Web of Science e outra metade baseada em número de patentes requeridas pela universidade em 10 anos.

No indicador de Pesquisa, a nota da universidade foi de 1,69, no de Ensino alcançou 6,42; Internacionalização obteve 0,04 e Inovação atingiu 0,61. O indicador Mercado não obteve nota na avaliação, mas não foi a única. De acordo com a divulgação do próprio ranking, os profissionais procurados pelo Datafolha são ouvidos sobre as três melhores instituições nas áreas em que contratam e os cursos que não apresentam pontuação nesse indicador são aqueles que não foram mencionados uma quantidade de vezes estatisticamente relevante.

No mesmo ano de criação da Unifesspa, 2013, foram inauguradas outras duas universidades federais no Brasil, a Universidade Federal do Cariri, no Ceará, e a Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufesba) e ambas tiveram colocações melhores que a paraense. A primeira atingiu nota 14.02, alcançando a 182ª posição no ranking e a segunda obteve nota 11.51, figurando na 186ª posição.

Com quatro anos de funcionamento, a Unifesspa possui, segundo o levantamento, 2.742 alunos distribuídos em 35 cursos desenvolvidos nos municípios de Marabá, Rondon do Pará, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara. A relação candidato/vaga da instituição é de 18,8. Os cursos avaliados pela foram administração de empresas, agronomia, biologia, ciências contábeis, computação, direito, economia, engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia mecânica, engenharia química, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química.

Os dados que compõem os indicadores de avaliação foram coletados pela Folha nas bases do Censo da Educação Superior Inep-MEC (2015), Enade (2013, 2014 e 2015), SciELO (2013 e 2014), Web of Science (2013, 2014 e 2015), Inpi (2006-2015), Capes, CNPq e fundações estaduais de fomento à ciência (2015) e em duas pesquisas nacionais do Datafolha.

MESTRADO

Falando em Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nesta quarta-feira (20) foram divulgados os resultados da avaliação dos programas de pós-graduação Stricto Sensu em funcionamento no Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), realizada pela Capes. Aqui a Unifesspa recebe mais uma má notícia.

Desde 2012, quando o mestrado interdisciplinar “Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia” foi criado, ainda no tempo da Universidade Federal do Pará (UFPA), a nota está estagnada em 3, limite de sobrevivência de um programa de pós-graduação. Mestrados mais recentes tiveram conceito 4, superando a Unifesspa.

POSICIONAMENTO

Por telefone, na noite desta quarta, o professor doutor Maurílio de Abreu Monteiro, reitor da Unifesspa, conversou com o Correio de Carajás e detalhou cada indicador avaliado da universidade. Conforme ele, em relação à Pesquisa a Unifesspa tem atualmente 335 professores, mas a maioria é recém-contratada, o que acaba vinculando as últimas publicações deles aos estabelecimentos onde realizaram os cursos.

“Quando analisamos o elemento Pesquisa –  total das publicações e citações por publicações – a maioria dos nossos docentes é recém ingressa e as publicações por ventura são originárias na instituição de origem. As citações ainda se referem à instituição em que fizeram o doutorado. Neste caso, esse indicador só vai subir em dois anos, quando os pesquisadores começarão a registrar ela nossa instituição”, disse.

Em relação à Internacionalização, diz, a situação é a mesma. “A citação é por docente e temos de vários colegas, mas que entraram publicando pela instituição de origem no doutorado. Temos mais de 200 doutores contratados recentemente. Por honestidade, ainda terão que fazer as publicações por um tempo pela instituição de origem”.

Ao tratar do indicador de Ensino, Monteiro destaca que vários cursos da universidade, por terem sido estabelecidos há pouco tempo, estão passando pela avaliação do MEC apenas nos últimos meses, enquanto a avaliação do ranking é relacionada a dados dos últimos anos. O reitor garante que os cursos estão sendo bem avaliados, vários com nota 4. “Neste ano, as notas dos cursos estão aumentando, nossas avaliações são recentes e estes cursos ainda não tinham avaliação. De três meses para cá estão sendo feitas e a posição vai subir ainda mais rápido nesse indicador nos próximos anos”.

Questionado acerca do indicador Mercado, que não obteve nota, o reitor afirma que atualmente a Unifesspa possui 5.828 alunos em sala de aula e, devido à recente criação da instituição, até o momento entregou pouco mais de mil diplomas. “Temos mais de 5 mil alunos ainda saindo para o mercado, estamos formando alunos. Isso com o passar do tempo, com 5 mil titulados, também vai melhorar. Sobre o programa de mestrado, Monteiro afirma ainda não ter analisado a avaliação divulgada hoje, mas adianta que a Unifesspa irá submeter à Capes neste ano mais 15 propostas de mestrado.

“Estamos construindo uma universidade muito sólida e que vai contribuir muito para a região. Quero dizer que a nossa universidade prima pela qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Em curto e médio prazo os indicadores vão começar a captar essas questões”, finalizou.  (Luciana Marschall)

 

 

 

Com nota de 8,76, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Estado do Pará (Unifesspa) é considerada a quarta pior do país no Ranking Universitário Folha, divulgado nesta semana pela Folha de S. Paulo. A universidade atingiu a 192º posição, à frente apenas da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Universidade da Região da Campanha (URCAMP), no Rio Grande do Sul, e Universidade do Tocantins (UNITINS), esta última com nota 2,69. Para efeito de comparação, a primeira colocada, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), obteve nota 97,42.

As demais universidades públicas paraenses também não obtiveram colocações de destaque. A melhor colocada, na 27ª posição, é a Universidade Federal do Pará (UFPA), com nota 79,68. A Universidade do Estado do Pará (UEPA), que possui unidade em Marabá, ficou na 118ª posição, com nota 38,40. Na 117ª colocação aparece a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), com a nota 38,56, e na 136º a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), com nota 34,63.

A nota no ranking é obtida com base em cinco indicadores: pesquisa, internacionalização, inovação, ensino e mercado. Ao todo, 42% do total é formado por pesquisa, que considera o número de trabalhos acadêmicos publicados (artigos científicos em revistas internacionais e nacionais e teses), o impacto desses trabalhos, (medido pela quantidade de citações em outros estudos) e montante arrecadado para pesquisa.

Outros 32% da nota avaliam o Ensino, ou seja, aspectos ligados ao corpo docente da instituição, como dedicação em carga horária e titulação. Considera, ainda, a opinião dos docentes sobre as instituições em pesquisa do Datafolha e a nota média dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).

Dezoito por cento da nota é formada por consulta ao Mercado de Trabalho, considerando a opinião de 5.793 profissionais de RH consultados pela Datafolha em 2015, 2016 e 2017 sobre preferências de contratação. Outros 8% são baseados em Internacionalização e Inovação: metade para a quantidade de trabalhos em colaboração internacional (2013 e 2014) e impacto global dos estudos da universidade em dados coletados na Web of Science e outra metade baseada em número de patentes requeridas pela universidade em 10 anos.

No indicador de Pesquisa, a nota da universidade foi de 1,69, no de Ensino alcançou 6,42; Internacionalização obteve 0,04 e Inovação atingiu 0,61. O indicador Mercado não obteve nota na avaliação, mas não foi a única. De acordo com a divulgação do próprio ranking, os profissionais procurados pelo Datafolha são ouvidos sobre as três melhores instituições nas áreas em que contratam e os cursos que não apresentam pontuação nesse indicador são aqueles que não foram mencionados uma quantidade de vezes estatisticamente relevante.

No mesmo ano de criação da Unifesspa, 2013, foram inauguradas outras duas universidades federais no Brasil, a Universidade Federal do Cariri, no Ceará, e a Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufesba) e ambas tiveram colocações melhores que a paraense. A primeira atingiu nota 14.02, alcançando a 182ª posição no ranking e a segunda obteve nota 11.51, figurando na 186ª posição.

Com quatro anos de funcionamento, a Unifesspa possui, segundo o levantamento, 2.742 alunos distribuídos em 35 cursos desenvolvidos nos municípios de Marabá, Rondon do Pará, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara. A relação candidato/vaga da instituição é de 18,8. Os cursos avaliados pela foram administração de empresas, agronomia, biologia, ciências contábeis, computação, direito, economia, engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia mecânica, engenharia química, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química.

Os dados que compõem os indicadores de avaliação foram coletados pela Folha nas bases do Censo da Educação Superior Inep-MEC (2015), Enade (2013, 2014 e 2015), SciELO (2013 e 2014), Web of Science (2013, 2014 e 2015), Inpi (2006-2015), Capes, CNPq e fundações estaduais de fomento à ciência (2015) e em duas pesquisas nacionais do Datafolha.

MESTRADO

Falando em Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nesta quarta-feira (20) foram divulgados os resultados da avaliação dos programas de pós-graduação Stricto Sensu em funcionamento no Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), realizada pela Capes. Aqui a Unifesspa recebe mais uma má notícia.

Desde 2012, quando o mestrado interdisciplinar “Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia” foi criado, ainda no tempo da Universidade Federal do Pará (UFPA), a nota está estagnada em 3, limite de sobrevivência de um programa de pós-graduação. Mestrados mais recentes tiveram conceito 4, superando a Unifesspa.

POSICIONAMENTO

Por telefone, na noite desta quarta, o professor doutor Maurílio de Abreu Monteiro, reitor da Unifesspa, conversou com o Correio de Carajás e detalhou cada indicador avaliado da universidade. Conforme ele, em relação à Pesquisa a Unifesspa tem atualmente 335 professores, mas a maioria é recém-contratada, o que acaba vinculando as últimas publicações deles aos estabelecimentos onde realizaram os cursos.

“Quando analisamos o elemento Pesquisa –  total das publicações e citações por publicações – a maioria dos nossos docentes é recém ingressa e as publicações por ventura são originárias na instituição de origem. As citações ainda se referem à instituição em que fizeram o doutorado. Neste caso, esse indicador só vai subir em dois anos, quando os pesquisadores começarão a registrar ela nossa instituição”, disse.

Em relação à Internacionalização, diz, a situação é a mesma. “A citação é por docente e temos de vários colegas, mas que entraram publicando pela instituição de origem no doutorado. Temos mais de 200 doutores contratados recentemente. Por honestidade, ainda terão que fazer as publicações por um tempo pela instituição de origem”.

Ao tratar do indicador de Ensino, Monteiro destaca que vários cursos da universidade, por terem sido estabelecidos há pouco tempo, estão passando pela avaliação do MEC apenas nos últimos meses, enquanto a avaliação do ranking é relacionada a dados dos últimos anos. O reitor garante que os cursos estão sendo bem avaliados, vários com nota 4. “Neste ano, as notas dos cursos estão aumentando, nossas avaliações são recentes e estes cursos ainda não tinham avaliação. De três meses para cá estão sendo feitas e a posição vai subir ainda mais rápido nesse indicador nos próximos anos”.

Questionado acerca do indicador Mercado, que não obteve nota, o reitor afirma que atualmente a Unifesspa possui 5.828 alunos em sala de aula e, devido à recente criação da instituição, até o momento entregou pouco mais de mil diplomas. “Temos mais de 5 mil alunos ainda saindo para o mercado, estamos formando alunos. Isso com o passar do tempo, com 5 mil titulados, também vai melhorar. Sobre o programa de mestrado, Monteiro afirma ainda não ter analisado a avaliação divulgada hoje, mas adianta que a Unifesspa irá submeter à Capes neste ano mais 15 propostas de mestrado.

“Estamos construindo uma universidade muito sólida e que vai contribuir muito para a região. Quero dizer que a nossa universidade prima pela qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Em curto e médio prazo os indicadores vão começar a captar essas questões”, finalizou.  (Luciana Marschall)