Correio de Carajás

Trailer da PM vira “farmácia” contra o coronavírus no HMM

Medicamentos serão distribuídos para quem for diagnosticado como caso suspeito pelo Município / Fotos: Josseli Carvalho

A Secretaria Municipal de Saúde de Marabá (SMS) iniciou na manhã desta sexta-feira, 22, a distribuição de medicamentos para os casos suspeitos e confirmados de covid-19. O trailer da Polícia Militar, localizado em frente ao Hospital Municipal de Marabá (HMM), está sendo usado como uma “farmácia” para entrega dos remédios para aqueles que apresentarem a receita emitida por alguma Unidade de Saúde do Município.

Segundo a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Prefeitura, o trailer funcionará de domingo a domingo, das 8h às 17h, onde estarão a postos os farmacêuticos e técnicos de enfermagem da SMS para atender os pacientes. Entre os medicamentos disponíveis estão a hidroxicloroquina, azitromicina, zinco, paracetamol, ivermectina, entre outros.

Vale ressaltar que a receita dos medicamentos só será aceita se for emitida por atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou nos Hospitais do Município. Apresentando os sintomas, o paciente será avaliado pelo médico, que dará um diagnóstico de suspeita da doença e a receita para retirada dos medicamentos.

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Caso haja na receita, a recomendação da hidroxicloroquina, o paciente pode optar por fazer o uso ou não do remédio. Caso decida pelo uso, deve assinar o Termo de Ciência e Consentimento e apresentá-lo junto com a receita no trailer.

A Ascom adiantou para o Portal Correio, que na próxima semana serão montados novos trailers para distribuição em mais seis localidades da cidade, sem revelar quais são.

Clenilde Soares estava na fila do traile, e foi consultada nessa sexta-feira, 22, no HMM e recebeu a receita com azitromicina, vitamina C, e dipirona, por ser considerada um caso suspeito de covid-19. Mas, a mulher não ficou 100% satisfeita, pois não foi feito o teste rápido para dar a confirmação se o que ela sentia seria a doença causada pelo coronavírus.

Clenilde Soares queixou-se da demora na triagem do HMM

“Não entendo isso, ele fez a consulta, mas não realizou o teste. Se o paciente está com os sintomas como eles dizem, deveriam fazer o teste. Além disso, achei muito demorado o atendimento, pois cheguei às 8h e só fui ser atendida ao meio dia”, queixa-se Clenilde.

José Maria Cardoso Júnior também estava na fila para pegar os medicamentos para sua mãe, de 67 anos, que havia sido diagnosticada no Hospital Santa Terezinha com dengue, primeiramente, por estar sentindo dor na garganta e no corpo.

Mas, com o passar dos dias a situação foi se agravando, e José Maria precisou levá-la novamente ao Santa Terezinha para outra consulta. O médico então, diagnosticou como suspeita de covid-19 e receitou difosfato de cloroquina, azitromicina, e prednisona.

José Maria disse que poderia haver um revezamento entre os profissionais no horário de almoço

A reclamação de José Maria foi em relação à ausência dos profissionais do trailer, que no momento, por volta das 12h, estavam em horário de almoço, e não havia outros servidores para atendê-lo. “Acho que poderiam encontrar uma forma de revezar o atendimento, para não precisarmos ficar aqui esperando e logo ocasionando uma aglomeração”, diz José Maria.

RESPOSTA DA PREFEITURA

A Ascom da Prefeitura foi questionada pelo Portal Correio sobre as reclamações e a não realização do teste rápido, e a ausência dos profissionais enquanto estavam em horário de almoço.

Sobre os testes rápidos, foi informado que eles são utilizados apenas em pacientes, que após oito dias apresentando os sintomas, retornem para consulta. A avaliação é feita por meio de exames de sangue, raio X, e constatação dos sintomas apresentados, segundo a Ascom.

Sobre a ausência dos profissionais que estavam em horário de almoço, a Ascom esclareceu que existe um revezamento entre eles, mas, por ser o primeiro dia de atendimentos, ainda estão sendo feitos ajustes. (Zeus Bandeira e Josseli Carvalho)