As contratações temporárias para as festas de final de ano começam a partir de 15 de novembro, muita gente que está desempregada espera por essa época visando entrar no mercado de trabalho e ser efetivada, principalmente no comércio que é o setor que mais contrata. Para muitos, ser contratado nesse período funciona sair do sufoco. Já para outros, principalmente os jovens, é a porta de entrada para o primeiro emprego, com carteira assinada.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem atualmente 12,5 milhões de pessoas desempregadas, e apesar da taxa de desemprego ter diminuído, o número de pessoas sem trabalho ainda é muito alto.
Em Marabá, as contratações só devem acontecer após o pagamento da primeira parcela do 13º salário, prevista para a segunda quinzena de novembro. Segundo o vice-presidente do SINDICOM (Sindicato do Comércio de Marabá), Raimundo Alves da Costa Neto, tanto o consumidor, quanto o comerciante estão receosos por conta da crise econômica que ainda assola o Brasil.
Leia mais:“O setor de gêneros alimentícios, tradicionalmente, é o setor que mais contrata. Depois vem o de confecção, calçados, eletrodomésticos, eletroeletrônicos”, afirma.
Segundo Neto, a contratação que antes eram feitas por dois meses, agora está prevista por 45, 30 dias. “Vamos ter um percentual bem menor que no ano passado, por incrível que pareça. No ano passado, enquanto a gente pensava em 3%, 4% esse ano a gente pensa em 2,5%, 2,8%, de contratações em relação ao ano passado subiu bem menos, acreditamos que é exatamente em função da instabilidade que o país atravessa.”
Já o presidente do SINDECOMAR (Sindicato dos Empregados do Comércio do Município de Marabá e Sul do Pará), João Luiz da Silva Barnabé diz que as expectativas são as melhores possíveis, tanto para o acordo temporário com vínculo empregatício, quanto para o acordo com data de finalização determinada, sem o vínculo.
De acordo com ele, o número de contratações deve crescer 5% em relação ao ano passado. “Eu acho, e a gente tem uma expectativa boa, que muitos destes trabalhadores que vão ser contratados serão efetivados a partir do final destes contratos.”
Lojistas
Os lojistas também têm boa expectativa para esse final de ano em relação às vendas. Segundo Leide Laura Oliveira Borges, gerente de uma loja de confecções. “A gente vende bem em dezembro e esperamos vender mais este ano que no ano passado”. A loja, que já tem 25 funcionários, deve contratar mais 10 temporários para reforçar o quadro e efetivar os que mais se destacarem.
Proprietário de uma rede de lojas de tecidos e calçados, Rodrigo da Silva Costa, que ampliou o espaço de suas lojas recentemente, não esperou para a segunda quinzena de novembro e já fez as contratações temporárias para atender a demanda do final de ano.
“Temos uma expectativa muito boa pra esse Natal. Esperamos ter um resultado superior ao ano passado devido aos novos investimentos que foram feitos e estamos com a expectativa muito boa, muito positiva.”
Acordo coletivo
O presidente do SINDECOMAR, João Luiz da Silva Barnabé, aproveitou para dizer que o acordo coletivo entre o sindicato patronal e de trabalhadores está em pleno vigor. “O acordo é retroativo a maio, devido ao INPC até maio ser 1.69% e o sindicato achou muito pequeno esse reajuste, então a gente ficou em negociação com a parte patronal, até que chagamos no denominador comum que foi os 2%.”
“Tem uma cláusula referente a homologação, porque a lei 3.467 diz que os trabalhadores não são mais obrigados a fazer a homologação no sindicato, mas a convenção coletiva, vale como legislado”.
Ou seja, os trabalhadores associados ao SINDECOMAR que não querem fazer a homologação, devem passar uma carta para a empresa ou ir até o próprio sindicato, solicitando a não homologação. (Adriana Oliveira)