Correio de Carajás

Saúde da mulher

A violência sexual é um dos crimes mais comuns contra mulheres, relatada por uma em cada cinco mulheres nos Estados Unidos, sendo mais provavelmente cometida por cônjuge, ex-cônjuge ou conhecido do que por um estranho.

As causas mais comuns de morte tanto de homens quanto de mulheres são as doenças do coração e o câncer, onde o câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer, apesar das percepções equivocadas comuns de que o câncer de mama seja a causa mais comum de morte de mulheres.

Essas percepções equivocadas perpetuam a atenção inadequada aos fatores de risco modificáveis nas mulheres, como dislipidemia, hipertensão e tabagismo. Além disso, como as mulheres nos EUA vivem em média 5,1 anos a mais que os homens, a maior parte da sobrecarga imposta pela doença para muitos distúrbios relacionados com a idade (ex. hipertensão, doença de Alzheimer) concentra-se nas mulheres.

Leia mais:

A doença de Alzheimer afeta cerca de 2 vezes mais mulheres do que homens por causa do maior número de mulheres que sobrevivem e alcançam idade mais avançada, bem como das diferenças sexuais no tamanho, estrutura e organização funcional do cérebro. O impacto da terapia hormonal na pós-menopausa sobre a função cognitiva e o desenvolvimento de Doença De Alzheimer é inconclusivo, embora alguns estudos sugiram risco aumentado.

A doença arterial coronariana (DAC) manifesta-se de maneira diferente nas mulheres, em geral 10 a 15 anos mais velhas que os homens com DAC, e que comportam maior probabilidade de terem comorbidades, como hipertensão, ICC e diabetes. As mulheres têm com mais frequência sintomas atípicos, como náuseas, vômitos. indigestão e dorsalgia, tendo menos chance de reconhecer isso e buscar atendimento de emergência.

Os médicos suspeitam menos de doença cardíaca nas mulheres com dor torácica e são menos propensos a realizar procedimentos cardíacos diagnósticos e terapêuticos nas mulheres. Os fatores de risco convencionais para DAC são os mesmos tanto para os homens quanto para as mulheres, porém estas recebem menos intervenções para os fatores de risco modificáveis que os homens.

A prevalência de DAC está aumentando nas mulheres de meia-idade, em um momento em que a prevalência nos homens está inalterada ou diminuindo. O significativo aumento em DAC que ocorre após a menopausa ou ooforectomia sugere que os estrogênios endógenos são cardioprotetores.

A prevalência do diabetes melito (DM) tipo 2 é semelhante entre homens e mulheres. A síndrome dos ovários policísticos e o diabetes melito gestacional são condições comuns em mulheres na pré-menopausa que comportam maior risco para DM tipo 2. As mulheres na pré-menopausa com DM evidenciam taxas de DAC idênticas às dos homens.

A hipertensão, como um distúrbio relacionado com a idade, é mais comum em mulheres do que em homens após os 60 anos. Os agentes anti-hipertensivos parecem ser igualmente efetivos em homens e mulheres, mas estas podem apresentar mais efeitos colaterais.

A maioria dos distúrbios autoimunes ocorre mais em mulheres do que em homens, como doenças autoimunes da tireoide e do fígado, lúpus, artrite reumatoide, esclerodermia, esclerose múltipla e púrpura trombocitopênica idiopática. Contudo, o mecanismo para tais diferenças sexuais continua obscuro.

O contato heterossexual com um parceiro de alto risco é a categoria de transmissão do HIV que está crescendo mais rapidamente, e as mulheres são mais suscetíveis à infecção pelo HIV do que os homens. As mulheres são responsáveis por cerca de 50% das 34 milhões de pessoas com HIV-1 no mundo todo. As mulheres com HIV sofrem reduções mais rápidas em suas contagens de células CD4 do que os homens.

Outras infecções sexualmente transmissíveis, como a infecção por clamídia e a gonorreia, são causas importantes de infertilidade nas mulheres, e a infecção pelo papilomavírus predispõe ao câncer cervical. O tema saúde da mulher prossegue na próxima edição de terça feira.

* O autor é médico especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.

Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.