Correio de Carajás

Rodoviários iniciam greve em Marabá para receber salários

Os trabalhadores do transporte público de Marabá, maioria de motoristas e cobradores, paralisaram suas atividades desde a primeira hora desta terça-feira, dia 25, em greve sem previsão de término. De acordo com Geraldo Dean Silva, presidente do Sindicato do Trabalhadores Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará (Sintrarsul), os operários do setor estão com atrasado dos salários de maio, do adiantamento de junho e do pagamento do auxílio-alimentação de três meses.

“A frota estará rodando com percentual de 30% determinado por lei. Até o momento sem resposta nenhuma, sem posicionamento da empresa. A gente está aguardando alguma novidade, creio que neste momento não haverá essas informações, não sabemos o que vai acontecer daqui para à frente e quantos dias vai durar o movimento”, afirmou.

Conforme ele, o objetivo da greve é surtir o efeito necessário para todo mundo, inclusive para a população, a que é mais prejudicada, ressalta. “Precisa chamar a atenção porque não se deve resolver apenas a questão financeira dos trabalhadores, mas também a melhoria do transporte público para os usuários”, comentou.

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Geraldo conta que não há acordo caso não haja algo novo quanto aos pagamentos dos rodoviários. “Isso é um problema financeiro das empresas. Elas estão passando pelo processo de recuperação judicial e se não houver um aporte com a venda dos imóveis, não se equaliza esse valor. Inclusive esse valor passou a acumular novamente. Então, quem sofre é a população. A provocação desses movimentos vem trazendo benefícios para a população como, o terminal rodoviário provisório para poder chegar o definitivo”, explicou.

Geraldo, do sindicato, diz que funcionários do setor estão com atrasado nos salários/ Foto: Divulgação

Terminal provisório

O sindicalista conta que, como resultado de uma das lutas dos rodoviários, o terminal trouxe uma melhora para a cidade, tanto financeira quanto na questão de horários, porém, apesar disso, o valor não consegue ser repassado aos trabalhadores. “A empresa não conseguiu suprir todo esse montante que está atrasado novamente”, contou.

Recuperação judicial

De acordo com Geraldo, existe um prazo de recuperação judicial das empresas, e ele vai até o março de 2020. “Caso não consiga equalizar todos os pagamentos, automaticamente será decretada a falência das empresas. Isso é uma realidade do processo jurídico”, detalhou.

O sindicalista afirma que o Poder Público pode contribuir para ajudar no processo. “O que a prefeitura poderia fazer seria isentar alguns impostos. Ela subsidiaria alguma coisa para as empresas”, finalizou.

OUTRO LADO

O CORREIO também ouviu as empresas TCA e da Nasson Tur na tarde de ontem, por meio do advogado Roberth Silva, que garante que houve, sim, uma proposta ao sindicato, feita ontem (24), na presença de um emissário do interventor judicial, em reunião ocorrida na Secretaria de Segurança Institucional.

Segundo ele, a empresa admitiu que não tem dinheiro em caixa para pagamento imediato e que, por isso, pediu prazo de 60 dias para pagar os atrasados e que, neste prazo, 40% do apurado diário vá direto para pagamento dos funcionários. A proposta foi rechaçada.

Com isso, Roberth disse que vai hoje ao Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região e baseado em caso recém ocorrido em Belém, vai pedir liminar que garanta 90% da frota rodando, pois o usuário não pode ficar prejudicado.

Ele garante que o recém-inaugurado terminal de integração já fez cair os custos operacionais, mas não o suficiente, em curto prazo, para melhorar a saúde financeira das concessionárias do transporte coletivo. (Karine Sued)