Correio de Carajás

Projeto atrai colaborações no Dia Mundial da Terra

No Dia Mundial da Terra, transcorrido em 22 de abril, o projeto eco-cultural e socioeducativo Rios de Encontro, enraizado em Cabelo Seco, realizou três rodas virtuais com artistas e eco-pedagogos de três gerações de quatro continentes do mundo. Eles destacaram a urgência de criar uma Lei Internacional de Ecocídio e políticas públicas que transformam solidariedade em projetos colaborativos de Bem Viver.

O dia iniciou com um encontro virtual entre a dançarina e educadora Camylla Alves; Dan Baron, diretor artístico de Rios de Encontro; 12 alunos e professor Tonio Kempf, da escola Klosterschule Hamburgo, na Alemanha; e a professora Doelde Ferreira, da Escola Irmã Theodora, de Marabá, para cultivar uma colaboração eco-pedagógica através de performance ao cuidar do planeta.

“Fiquei impressionada com a sensibilidade ecológica e intercultural dos alunos de 14 anos. São bem parecidos com meus alunos, mas falam inglês fluentemente e estudam online. Têm grande preocupação com a Amazônia e queriam saber o que fazer para proteger as florestas e salvar nosso futuro”, “, disse a professora Doelde.

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Camylla explica que apresentou um vídeo sobre o Cabelo Seco e a destruição dos rios pela mineração, e depois apresentou uma cena do solo “A Baleia e a Dançarina” que dramatiza o que ela vem vivendo durante a pandemia. “Foi bem recebida e gerou reflexões perceptivas e propostas de boicotar carne e soja produzidas na Amazônia, e escrever cartas a nossos governantes, apoiando a campanha mundial para processar o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro”.

Na segunda live, mestres de cultura e eco-pedagogos da Índia, África, Europa, EUA, Ásia da Aliança Educere e Dan Baron foram recebidos na casinha-estúdio da Camylla, numa roda que abriu os caminhos até o Dia Mundial do Meio Ambiente virtual, que será em 5 de junho próximo.

“Dancei, e cada adulto se emocionou e se solidarizou com o meu isolamento e medo. Reconhecerem sem palavras o limiar entre desespero íntimo e cuidado social. Choraram, desacreditando que num quartinho simples, com uma janela e celular, era possível dramatizar a busca pela liberdade, segurança e bem viver do mundo. Fiquei aliviada! Tanta consciência ecológica pulsando no mundo!”, relatou Camylla.

À tarde, ela e Dan participaram de uma live da rede Cultura Declara Emergência, o Museu do Clima e Cartas da Terra, para conhecer uma nova geração de artistas criando uma colaboração entre culturas celtas da Inglaterra, País de Gales, Irlanda e Escócia e Rios de Encontro. A partir de poemas, bordados, pinturas, vídeos e cartas, as jovens artistas trocaram reflexões sobre os efeitos da pandemia e propostas para sensibilizar e encorajar a sociedade a resgatar e reinventar o Bem Viver ancestral para transformar o colapso climático.

“Me senti muito feliz de ver minha geração usando as artes como formas pacificas de reivindicação e libertação para salvar nosso ecossistema”, disse Camylla.

“Alguns adultos no chat me pedirem para explicar a dança. Respondi que prefiro incentivar cada pessoa buscar sua interpretação. A saída das pandemias vai depender de cada um de nós se conscientizando e plantando seu quintal”.

Mais informações sobre as colaborações podem ser obtidas com Manoela Souza, pelo fone 91 98017-8181.