Correio de Carajás

População se queixa dos problemas causados pelos alagamentos

Poucos não foram os prejuízos de quem foi atingido pela forte chuva que caiu na manhã desta segunda-feira, 9, em Marabá. Pelo menos cinco localidades, identificadas pela Prefeitura de Marabá, precisaram de atendimento do Serviço de Saneamento Ambiental (SSA). Os rios estão marcando 9.15 metros, graças aos 40 milímetros de chuva que caíram durante toda a manhã.

Segundo a Prefeitura, “foram identificados pontos de alagamento até o momento na Feira da Laranjeiras, algumas ruas dos bairros Liberdade, Araguaia e bairro da Paz, além de duas vias da Folha 29, Nova Marabá. Em alguns destes locais há obstrução total de bueiros por conta de lixo residencial e em outros a drenagem escoa a água de forma mais lenta, devido ao volume das chuvas”, diz a nota emitida pela manhã.

Há 15 anos na feira, Maria da Conceição diz que os alagamentos são comuns. (Foto: Josseli Carvalho)

A Feira Coberta do Bairro Laranjeiras, que abriga aproximadamente 600 feirantes, foi a mais afetada pela água, que chegou a invadir alguns boxes. Dona Maria da Conceição trabalha há 15 anos como feirante no local e diz que toda chuva que cai a situação fica assim. “Todo inverno é a mesma história, enche de água em nossas lojas. Esperamos que o prefeito tome uma providência pelo nosso local de trabalho, para as coisas melhorarem”, desabafa a feirante.

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Diele Lima também é feirante há 10 anos e confirma que nos tempos chuvosos os alagamentos são constantes. “Sempre acontece isso, a feira fica coberta de água, alaga as lojas, além do lixo que vem junto com a água, situação precária. Nada foi feito aqui ainda pela prefeitura, nós gostaríamos que fosse feita uma limpeza dos bueiros para que não alagasse as lojas e nos dessem esses prejuízos”, reclama Diele.

Vice-presidente da Associação de Feirantes da Feira Coberta da Laranjeiras, Luciene Menezes, diz que os feirantes aguardam uma reforma. (Foto: Josseli Carvalho)

A vice-presidente da Associação de Feirantes da Feira Coberta da Laranjeiras, Luciene Menezes, trabalha há 26 anos no local e diz que os problemas maiores são os bueiros que entopem com a chuva e acúmulo de lixo. “Aguardamos por uma reforma na feira que resolva também a questão da drenagem da água. Alguns dos feirantes fizeram uma base no piso, para evitar que a água entre, mas nem todos conseguiram fazer isso, então todos os feirantes se mobilizam para puxar a água para fora das lojas”, diz Luciene.

A Avenida Boa Esperança, foi uma das vias que ficaram prejudicadas com alagamentos. Rosemiro Neto é morador da avenida de longa data e diz que a solução seria um sistema de drenagem melhor. “Essa situação é antiga, pois o esgoto tem uma vazão pequena e a água acaba por escoar devagar, o que deixa a pista alagada. A população até evita colocar lixo nas portas de casa, jogamos tudo nas caçambas, para que não venha acontecer esse tipo de coisa”, diz Rosemiro.

Já a Avenida Antônio Vilhena, também muito afetada pelos alagamentos, deixa Fábio Farias, dono de oficina de pintura e lanternagem, em uma situação crítica. “Esses alagamentos se estendem por todo o inverno. Acho que tanto a população, quanto a prefeitura, precisam pensar nesse problema com consciência para que alguma atitude seja tomada”, queixa-se Fábio.

BOMBEIROS DÃO DICAS

A Reportagem do Correio de Carajás, conversou com o subcomandante do 5º Grupamento Bombeiro Militar (GBM), Marcos Felipe Galúcio, que recomendou aos afetados pelos alagamentos ligar primeiramente para a Defesa Civil do município.

“Outra questão são as instalações elétricas da cidade, em caso de rompimentos de cabos, evitar passar próximo. Para os condutores, é recomendável que evitem os pontos de alagamento, pois não se sabe os obstáculos que estão submersos pela água. Além disso, a população deve evitar banhar nessas áreas, principalmente crianças, que podem adoecer com a contaminação que a água traz”, recomenda Marcos.

O subcomandante também diz que o Corpo de Bombeiros pode ser acionado gratuitamente pelo telefone 193. “Pessoas que estejam ilhadas, ou com casas comprometidas pela entrada das águas, podem estar nos acionando para que possamos prestar apoio e socorrê-las”, acrescenta Galúcio.

TELEFONES IMPORTANTES

Em situações de alagamentos, além dos Bombeiros, há a Defesa Civil Municipal e o SSA que podem ser acionados por telefone. A SSA atua com os bueiros entupidos e pode ser acionada pelo (94) 99263-1919 ou 98159-5050. Já a Defesa Civil, dá apoio àqueles que forem desalojados de suas residências por conta da água, podendo ser acionada pelo (94) 3321-8990. (Zeus Bandeira e Josseli Carvalho)