Correio de Carajás

Polícia aguarda diligências sobre morte de Maura Dubal

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil espera por dois documentos para finalizar o inquérito policial que investiga a morte de Maura Dubal Martins, de 46 anos. Ela faleceu com um tiro na cabeça, no dia 4 de janeiro deste ano, dentro de casa, na Vila Militar Castelo Branco, em Marabá. O caso foi tratado inicialmente como suicídio, mas a Polícia Civil decidiu abrir inquérito para apurar todas as circunstâncias do caso.

O delegado William Crispim, que investiga a morte, conversou rapidamente com a reportagem do CORREIO nesta sexta-feira (14). Ele confirmou que aguarda o conteúdo do depoimento de uma testemunha, feito por carta precatória em Manaus (AM), e espera também pelo relatório da psicóloga que acompanhou o depoimento do filho mais novo de Maura.

Segundo delegado, o depoimento do filho mais jovem da vítima foi acompanhado por uma psicóloga porque o rapaz é menor de idade. O próprio William Crispim comentou que havia contradições no depoimento do adolescente, por isso o relatório da psicóloga é importante. Mas, por outro lado, ele não entrou em detalhes sobre que contradições seriam essas. O delegado também não estipulou um prazo para concluir as investigações.

Leia mais:

O caso

Maura era esposa do comandante do 23º Batalhão Logístico de Selva (BLog), tenente-coronel Andreos Souza, que estava com os três filhos do casal na casa deles no dia da tragédia. No Boletim de Ocorrência e também em depoimento, Andreos disse que Maura cometeu suicídio com um tiro de pistola na cabeça.

Ele também contou que pediu socorro médico, por telefone, e que a vítima foi levada de ambulância para o Hospital de Guarnição de Marabá (HGumba) e depois para uma clínica particular, onde morreu.

Detalhes

Tudo levava a crer que se tratava de um suicídio, pois os depoimentos relatam que os filhos estavam nos quartos da residência, enquanto o marido de Maura estava na sala, quando ouviram o disparo. Mas dois detalhes fizeram a Polícia Civil se aprofundar no caso.

O primeiro detalhe foi a posição do tiro, desferido na parte detrás da cabeça. “Uma situação que ao nosso ver aqui coloca em dúvida a questão do suicídio é o local que foi atingido, foi bem na região traseira da cabeça, não é muito comum”, disse o delegado Crispim, na semana depois do acontecido.

O outro detalhe é que no exame de pólvora combusta, não havia resquícios nas mãos da vítima. “O fato de não ter dado pólvora na mão dela causa uma certa estranheza porque não foi lavada a mão dela”, disse o delegado. Ele, porém, acrescentou que “isso não quer dizer que não tenha sido ela quem disparou”. Segundo William, o laudo não é “conclusivo”, por isso ele precisa de mais elementos para formar um parecer sobre o que realmente aconteceu no dia 4 de janeiro na Vila Militar Castelo Branco. (Chagas Filho)