Correio de Carajás

Perfil da vítima de violência em Parauapebas é traçado pela Semsa

Perfil da vítima de violência em Parauapebas é traçado pela Semsa

O perfil das vítimas de violência em Parauapebas mostra que as mulheres são as mais agredidas, os jovens é a faixa etária mais atingida, a cor parda a mais atacada e os solteiros e estudantes representam o maior número de vítimas.

O local com mais casos de agressão é na própria residência e o tipo de agressão mais notificada é a física. Os dados foram traçados através do Boletim Epidemiológico, da Secretaria Municipal da Saúde, a partir dos casos notificados de violência interpessoal ou autoprovocada entre os anos de 2010 a 2019.

No período de 2010 a agosto de 2019 foram notificados 1.288 casos de violência interpessoal ou autoprovocada, o ano de 2016 aparece com o maior número de notificações, 255 no total. Outro dado é sobre os casos de reincidência, eles mostram que 25% dos casos aconteceram mais de uma vez, ou seja, dos 1.288 casos, 314 foram reincidentes, no total de violências ocorridas nos últimos anos.  

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Sobre os tipos de violência notificados pela Semsa, a física alcança 61,27% e desponta em primeiro lugar, a violência sexual vem em seguida, totalizando 18,23% dos casos, e a violência psicológica e moral outros 15,95%, conforme finaliza o balanço do Boletim Epidemiológico.   

Um dado alarmante mostra que dos 1.288 notificados nos últimos 10 anos, 1.168 foram contra as mulheres. Os dados deste ano já apresentam 185 notificações e superam os 140 casos do ano de 2018.

Já os homens tiveram 24 casos de violência este ano, contra 12 do ano passado. Neste estudo, observasse que a faixa etária mais atingida pela violência é entre os jovens de 20 a 34 anos, com 83 notificações. Seguido por adolescentes e jovens de 10 a 19 anos, com 54 notificações, em 2019. 

No quesito cor/raça, a raça parda é a mais atingida, com 152 casos somente, e a raça branca ocupa o segundo lugar com 28 notificações, somente neste ano. Sobre a violência interpessoal ou autoprovocada por estado civil, o número de solteiros surpreende com 95 notificações e casados foram 75 casos em 2019.

Nos casos de violência onde foi informada a ocupação das vítimas, os estudantes são maioria, 44 casos só até agosto de 2019, mas as donas de casa representam 41 casos notificados. No entanto, a maior parte das vítimas, 64, não teve a ocupação informada nas notificações.

Outro dado intrigante é o local onde mais acontecem as violências, a residência com um número muito superior ao segundo notificado, 154 casos. A via pública ocupa o segundo lugar, com 18 notificações, em 2019.

Segundo o Boletim, as formas de abuso podem ser: físicas, psicológicas, sexuais, financeiras e negligenciadas. A tipologia da violência engloba expressões sociais, que são definidas a partir de quem as comete, sendo autoprovocadas (suicídios, tentativas de suicídio e autoagressão), interpessoais (violência intra ou extrafamiliar, comunitária e doméstica, comunitária e doméstica) e coletiva (institucional, grupos políticos, organizações terroristas, milícias). 

As unidades que que notificam a violência são Instituto Médico legal (IML), hospitais, Centros de Saúde (UBS/USF), Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Centro de Testagem e Acompanhamento (CTA), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e Instituto de Olhos de Parauapebas (IOP).          

Desde 2011, a notificação de violência passou a ser compulsória, passando a ser obrigatória nacionalmente. A notificação para a Secretaria de Saúde permite o conhecimento das dimensões, formando número de vítimas e agentes da violência, possibilitando o desenvolvimento de ações de prevenção e assistência adequadas e a avalição dos resultados. (Theíza Cristhine)