Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) confirmou oficialmente, na manhã desta sexta-feira, a denúncia ao Paysandu por desordens e discriminação homofóbica no final da partida contra o Luverdense, realizada no dia 30 de junho, no Estádio da Curuzu, em Belém, pela Série B do Brasileiro. É a primeira vez que um clube do futebol brasileiro é denunciado por preconceito de orientação sexual. O processo está na pauta de julgamento da Terceira Comissão Disciplinar do órgão, agendado para a próxima quarta-feira, a partir das 15h.
Na súmula do jogo, o árbitro gaúcho Jean Pierre Gonçalves Lima informou que nada houve de anormal, porém, com acesso às imagens do confronto, a Procuradoria do STJD identificou confusão e agressões na arquibancada. Por não relatar as ocorrências, Jean Pierre foi denunciado no artigo 266 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e corre o risco de suspensão de 30 a 360 dias, além de multa que varia de R$ 100 a R$ 1 mil.
O Paysandu foi denunciado no artigo 213, inciso I, parágrafo 1º do CBJD por não garantir a prevenção ou repressão das desordens. Segundo a Procuradoria, “restou evidente que o tumulto, a desordem, a briga generalizada trouxerem riscos à integridade física de torcedores em geral, inclusive verdadeiros torcedores e que nada tem a ver com as práticas delituosas constatadas”. O clube pode ser multado entre R$ 100 e R$ 100 mil e punido com perda de até 10 mandos de campo.
Leia mais:A denúncia destaca, ainda, que as agressões foram uma represália e teve como motivação atos discriminatórios por conta do posicionamento da Banda Alma Celeste (BAC) contra a homofobia nos estádios. Desta forma, o Paysandu responderá, também, ao artigo 243-G do CBJD, que trata de “Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A pena é de R$ 100 a R$ 100 mil.
O Papão também corre o risco de perder pontos na disputa da Série B, já que o parágrafo primeiro cita que “Caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente (…)”. O jogo terminou empatado em 1 a 1.
A confusão iniciou depois do confronto. Um grupo de torcedores, à caminho de deixar o estádio, teria decidido tirar satisfação com membros da Alma Celeste por, além de declarar apoio no combate à homofobia, ter estendido uma bandeira de arco-íris durante o embate contra o Santos, no Mangueirão, pela Copa do Brasil, em maio. A atitude rendeu à BAC o Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, dado pela organização da Parada Gay de São Paulo.
A equipe de reportagem da TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará, que fazia a cobertura do jogo, flagrou parte da confusão, que logo foi contida por Policiais Militares presentes na Curuzu
Em 2014, foi instalado um inquérito por supostas discriminações homofóbicas cometidas pelas torcidas de Corinthians e São Paulo durante uma partida realizada no dia 21 de setembro de 2014, mas o caso foi arquivado por falta de provas.
A reportagem entrou em contato com Alexandre Pires, diretor jurídico do Paysandu. De acordo com ele, a equipe paraense ainda não foi notificada da denúncia por parte do STJD, mas já está preparando a defesa. Ainda segundo Pires, o clube sempre trabalhou com campanhas voltadas às minorias e que não se pode confirmar que o incidente ocorreu em razão de crime discriminatório.
– Nós estamos tratando como um incidente que aconteceu na arquibancada 15 minutos após o final do jogo. O Paysandu sempre tomou todas as medidas previstas no Estatuto do Torcedor, com policiamento e segurança privada, tanto que o tumulto foi logo sanado. Não tem como afirmar se ocorreu homofobia ou não. O clube, por diversas vezes, participou de campanhas não só contra a homofobia, mas outros diversos assuntos, como síndrome de down, autismo, trabalho infantil… Não podemos ser responsabilizados por atos de terceiros. O Paysandu tomou todas as medidas e é isso que vamos tentar demonstrar no STJD.
(Fonte: G1)
Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) confirmou oficialmente, na manhã desta sexta-feira, a denúncia ao Paysandu por desordens e discriminação homofóbica no final da partida contra o Luverdense, realizada no dia 30 de junho, no Estádio da Curuzu, em Belém, pela Série B do Brasileiro. É a primeira vez que um clube do futebol brasileiro é denunciado por preconceito de orientação sexual. O processo está na pauta de julgamento da Terceira Comissão Disciplinar do órgão, agendado para a próxima quarta-feira, a partir das 15h.
Na súmula do jogo, o árbitro gaúcho Jean Pierre Gonçalves Lima informou que nada houve de anormal, porém, com acesso às imagens do confronto, a Procuradoria do STJD identificou confusão e agressões na arquibancada. Por não relatar as ocorrências, Jean Pierre foi denunciado no artigo 266 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e corre o risco de suspensão de 30 a 360 dias, além de multa que varia de R$ 100 a R$ 1 mil.
O Paysandu foi denunciado no artigo 213, inciso I, parágrafo 1º do CBJD por não garantir a prevenção ou repressão das desordens. Segundo a Procuradoria, “restou evidente que o tumulto, a desordem, a briga generalizada trouxerem riscos à integridade física de torcedores em geral, inclusive verdadeiros torcedores e que nada tem a ver com as práticas delituosas constatadas”. O clube pode ser multado entre R$ 100 e R$ 100 mil e punido com perda de até 10 mandos de campo.
A denúncia destaca, ainda, que as agressões foram uma represália e teve como motivação atos discriminatórios por conta do posicionamento da Banda Alma Celeste (BAC) contra a homofobia nos estádios. Desta forma, o Paysandu responderá, também, ao artigo 243-G do CBJD, que trata de “Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A pena é de R$ 100 a R$ 100 mil.
O Papão também corre o risco de perder pontos na disputa da Série B, já que o parágrafo primeiro cita que “Caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente (…)”. O jogo terminou empatado em 1 a 1.
A confusão iniciou depois do confronto. Um grupo de torcedores, à caminho de deixar o estádio, teria decidido tirar satisfação com membros da Alma Celeste por, além de declarar apoio no combate à homofobia, ter estendido uma bandeira de arco-íris durante o embate contra o Santos, no Mangueirão, pela Copa do Brasil, em maio. A atitude rendeu à BAC o Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, dado pela organização da Parada Gay de São Paulo.
A equipe de reportagem da TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará, que fazia a cobertura do jogo, flagrou parte da confusão, que logo foi contida por Policiais Militares presentes na Curuzu
Em 2014, foi instalado um inquérito por supostas discriminações homofóbicas cometidas pelas torcidas de Corinthians e São Paulo durante uma partida realizada no dia 21 de setembro de 2014, mas o caso foi arquivado por falta de provas.
A reportagem entrou em contato com Alexandre Pires, diretor jurídico do Paysandu. De acordo com ele, a equipe paraense ainda não foi notificada da denúncia por parte do STJD, mas já está preparando a defesa. Ainda segundo Pires, o clube sempre trabalhou com campanhas voltadas às minorias e que não se pode confirmar que o incidente ocorreu em razão de crime discriminatório.
– Nós estamos tratando como um incidente que aconteceu na arquibancada 15 minutos após o final do jogo. O Paysandu sempre tomou todas as medidas previstas no Estatuto do Torcedor, com policiamento e segurança privada, tanto que o tumulto foi logo sanado. Não tem como afirmar se ocorreu homofobia ou não. O clube, por diversas vezes, participou de campanhas não só contra a homofobia, mas outros diversos assuntos, como síndrome de down, autismo, trabalho infantil… Não podemos ser responsabilizados por atos de terceiros. O Paysandu tomou todas as medidas e é isso que vamos tentar demonstrar no STJD.
(Fonte: G1)