Correio de Carajás

Parauapebas testa reconhecimento facial por videomonitoramento

O videomonitoramento é feito em diversos pontos da cidade, pelo CCO / Fotos: Theíza Cristhine e Ronaldo Modesto

Sete câmeras LPR com tecnologia capaz de identificar placas de veículos, uma câmera, em fase de teste, para reconhecimento facial, e mais de 100 câmeras que giram 360° graus, em pontos estratégicos de Parauapebas, são responsáveis pelo monitoramento 24 horas da cidade, através do Centro de Controle de Operação (CCO), localizado no 23º Batalhão da Polícia Militar.

O comandante da Polícia Militar, tenente-coronel Gledson Melo dos Santos, explica a importância desta inovação implantada no município este ano. “É uma tecnologia que a gente tem a satisfação de poder trabalhar em conjunto com a Prefeitura, que disponibilizou esse instrumento de trabalho para a gente. Primeiro porque facilita o policiamento e agiliza o atendimento de ocorrência. Muitos crimes já foram solucionados através das imagens, é possível identificar uma testemunha, uma placa, um carro, isso tudo serve para subsidiar as investigações”, detalha o comandante.

Tenente-coronel Gledson: “É possível identificar uma testemunha, uma placa, um carro, isso tudo serve para subsidiar as investigações”

Gledson explica na prática como o monitoramento favorece o trabalho tanto para a Polícia Militar quanto para a Civil. “Várias vezes o operador das câmeras do CCO, ao visualizar a ocorrência de um crime, já aciona a viatura mais próxima. Outra situação que já ocorreu foi um carro suspeito sair de Canaã (dos Carajás), a guarnição de lá nos informou e recorremos ao Centro de Controle para saber o horário que esse carro entrou na cidade, através da leitura de placa”.

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As câmeras também servem como “prova de cometimento de crime”, uma vez que as imagens ficam arquivadas. “Um cidadão que foi vítima de um crime ou em alguma situação que está sendo investigada, as imagens são solicitadas através de ofício à Central de Controle e são cedidas para a Polícia Civil para continuar as investigações”, esclarece o comandante da PM.

A agente da Guarda Municipal e uma das supervisoras do CCO, Lorena Gonçalves Pereira Coelho, destaca que o primeiro passo do cidadão em caso de alguma ocorrência é ligar imediatamente para o número de telefone do CCO: (94) 99264-5348. “A vítima pode acionar na hora o CCO via telefone e quanto mais rápido, mais será eficiente o resultado. Assim que for roubado, ligue e informe o modelo do veículo e a placa”, orienta.     

Por uma questão de segurança, não é divulgada a localização das câmeras de leitura de placa, mas quando um veículo é furtado ou roubado, assim que o CCO é acionado, é redobrada a atenção sobre as características do bem, colocando-as em uma lista.  “Quando este veículo passa por uma das câmeras a placa fica vermelha”, explica a supervisora.

TESTE

A equipe do Portal Correio de Carajás atestou a eficiência das câmeras que fazem as leituras de placas. Durante a entrevista na sede do CCO, a caminhonete modelo Hilux, roubada na noite de Natal (25), no Bairro Nova Carajás, passou por uma destas câmeras.

Imediatamente uma viatura foi acionada, o veículo foi recuperado e devolvido ao dono, que não tinha seguro da caminhonete. Infelizmente, não foi possível prender os suspeitos que conseguiram fugir após abandonarem o veículo, ao perceberem a presença policial. Neste mesmo dia, uma moto que havia sido roubada dias antes foi recuperada durante abordagem policial e confirmação da numeração da placa pelo CCO.    

ACESSO ÀS IMAGENS

Lorena afirma que além de auxiliar na questão dos crimes, as câmeras podem ser utilizadas para colher detalhes sobre acidentes, por exemplo. “A pessoa que se envolveu em um acidente, sinistro, agressão, roubo ou furto, que tenha ocorrido próximo a uma das câmeras e queira as imagens também pode ter acesso, através de um Boletim de Ocorrência”, diz. O documento é registrado em uma Delegacia de Polícia Civil.

O monitoramento do CCO é coordenado por uma equipe da Secretária Municipal de Segurança que opera as câmeras juntamente com guardas municipais e policiais militares. São três funcionários no monitoramento e um supervisor, por equipe.  

O programa de monitoramento usado é o Intelligent Security Systems (ISS), um software de vídeo de vigilância e análise forense que oferece recursos avançados em termos de inteligência através de uma interface simples. 

Como a nova tecnologia foi instalada neste ano, melhorias estão sendo estudadas, como ser aumentado o período de armazenagem das imagens para 90 dias, por exemplo. Por enquanto, as imagens são guardadas durante 30 dias. Um dos próximos objetivos é conseguir ter uma cidade totalmente monitorada, inclusive pela tecnologia de reconhecimento facial, após testada e aprovada. (Theíza Cristhine e Ronaldo Modesto)