Correio de Carajás

Onze álbuns que moldaram o rock n’ roll atual

Discos lançados pós-anos 90 que formaram a sonoridade de hoje

O mês do rock sempre é momento de relembrar os álbuns que formaram o gênero. E embora bandas como The Jimi Hendrix ExperienceBeatles, King CrimsonThe Clash ou Ramones tenham sido absolutamente essenciais para criar o som que ouvimos hoje, o rock mudou muito desde os anos 90, e existe toda uma leva de bandas mais recentes sem as quais o rock não seria o mesmo.

Por isso, resolvemos homenagear os álbuns que moldaram o rock dos últimos anos, reunindo os trabalhos mais importantes lançados desde 1990:

SONIC YOUTH – GOO (1990)

Em 1990, o Sonic Youth lançou o seu primeiro álbum em uma grande gravadora, Goo, o trabalho que trouxe mais melodia às guitarras do grupo e elevou a sonoridade do rock alternativo ao mainstream. Pode ser que seu antecessor, Daydream Nation, tenha criado o solo para a disseminação do rock sujo, mas foi o garage-punk rock de Goo que abriu espaço para a explosão de bandas essenciais que estavam por vir, como Nirvana.

Leia mais:

NIRVANA – NEVERMIND (1991)

Com a recomendação de Kim Gordon do Sonic Youth, o Nirvana assinou com a gravadora Geffen Records para o lançamento de seu segundo álbum de estúdio, Nevermind. Absolutamente necessário nas listas dos álbuns mais importantes do rock, Nevermind estabeleceu o sucesso comercial do rock alternativo e do grunge, além de ser responsável pelo movimento musical que sairia de Seattle. Mais que isso, Nevermind é visto como uma mudança de geração no rock, que agora não se basearia mais no som dos anos 50.

METALLICA – METALLICA (1991)

Sempre presente entre as bandas mais influentes do rock, em 91 o Metallica se reinventou e dividiu opiniões com o lançamento do seu quinto álbum, auto-intitulado e conhecido como o Black Album. Apesar de fãs acusarem a banda de ter se vendido para chegar ao público geral, a importância do Black Album está exatamente nisto; ele elevou o heavy metal do submundo ao mainstream, tornando o som pesado radiofônico e comercialmente bem-sucedido.

RAGE AGAINST THE MACHINE – RAGE AGAINST THE MACHINE (1992)

Em 1992 foi a vez de Zack de la RochaTom MorelloTim Commerford e Brad Wilk revolucionarem o rock, com o lançamento de seu álbum de estreia, Rage Against The Machine. Com um dos discos mais políticos dos anos 90, o RATM surpreendeu a indústria musical com um álbum violento e poderoso que cimentou o gênero rap metal, sem o qual muitas bandas do início dos anos 2000 não existiriam.

GREEN DAY – DOOKIE (1994)

Existe um elemento crucial frequente na justificativa da maioria dos álbuns que mudaram a forma do rock, e é elevar um gênero ao mainstream. Nos anos 90, quem fez isso com o punk rock foi o Green Day em seu terceiro álbum, Dookie. Além de abrir portas ao pop punk que explodiria pouco depois, um dos legados do Dookie foi distanciar o som da guitarra do pesado e do grunge, mostrando que o instrumento poderia estar presente de modo mais limpo, influenciando bandas como Weezer ou Wallflowers.

SEPULTURA – ROOTS (1996)

Um dos modos de julgar a relevância de um álbum para criar um gênero é a frequência com a qual ele é citado como influência para outras bandas. Neste quesito, Roots do Sepultura é um dos discos mais importantes na lista. O sexto álbum de estúdio da banda, que até então era liderada por Max Cavalera, se baseou na sonoridade que nascia com o Korn para estabelecer o nu metal e servir como influência tanto para o thrash quanto para o novo gênero que surgia, e mais tarde explodiria com Limp Bizkit e Papa Roach. Roots também é essencial por criar uma fusão do metal com elementos do país do qual saiu, no caso do Sepultura, uma percussão tribal característica.

RADIOHEAD – OK COMPUTER (1997)

Quando se fala sobre os álbuns mais importantes do anos 90, um que nunca fica de fora é OK Computer, o terceiro álbum do Radiohead, lançado em 97. O melancólico disco trouxe de volta o poder dos álbuns conceituais e se aproveitou da queda do britpop para criar uma nova sonoridade do som inglês. OK Computer trouxe a experimentação e a complexidade de volta ao rock, influenciando tanto em sonoridade quanto temática, e permitindo que o som depressivo dominasse novamente.

LINKIN PARK – HYBRID THEORY (2001)

O Rage Against The Machine cimentou o rap metal e o Sepultura estabeleceu o nu metal, mas o filho dos dois gêneros, Linkin Park, estourou em 2001 com um álbum que marcaria os anos 2000 como um de seus maiores símbolos, o Hybrid Theory. Fundindo a sonoridade do metal e hip hop com elementos eletrônicos e reinventando a imagem de frontmen, os vocalistas Chester Bennington e Mike Shinoda conquistaram o álbum de rock mais vendido do século 21.

THE STROKES – IS THIS IT (2001)

O ano de 2001 também foi marcado por uma outra revolução no rock n’ roll, iniciada pelo The Strokes com o seu álbum de estreia, Is This It. Desde o lançamento do álbum que trouxe “Last Nite” e “Hard To Explain”, o rock ganhou uma nova legião de seguidores e se reinventou desde a sonoridade da guitarra até a moda do jeans skinny, ganhando herdeiros do indie em nomes como The Libertines, Franz Ferdinand e Kings of Leon.

THE WHITE STRIPES – ELEPHANT (2003)

Frequentemente, o álbum de uma banda que marca a história é a sua estreia em uma grande gravadora, e o White Stripes não é exceção à regra. Enquanto Elephant é mais contido e mais comercial do que seus ótimos antecessores, ele se tornou o maior exemplo do poder da guitarra de Jack White e estabeleceu o retorno do amor pelo rock e blues puro, negando influências de hip-hop ou eletrônico. O toque de nostalgia no som de Jack White estabeleceu uma nova sonoridade nos anos 2000 e criou patamar para o retorno da importância dos riffs, fazendo de “Seven Nation Army” um dos ícones dos anos 2000.

THE KILLERS – HOT FUSS (2004)

Desviando do som pesado, o The Killers chegou em 2004 para levar a sonoridade do rock para um outro lado, influenciando o que se tornaria o rock eletrônico e dominaria a sonoridade atual. Hot Fuss, o álbum de estreia da banda de Brandon Flowers, explodiu com hits como “Somebody Told Me” e “Mr. Brightside”, faixas que unem o som do new wave e o indie rock com uma extravagância do pop, redefinindo o que é o rock mainstream hoje em dia.

(Omelete)