Correio de Carajás

Animais soltos na Vila São José são capturados

Ações como esta visam prevenir, controlar e combater zoonoses

Vinte animais errantes, entre adultos e filhotes, foram capturados em mais uma ação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) na Vila São José, Km 8. A solicitação partiu de lideranças da própria vila, devido ao número de animais enfermos existentes naquela localidade. Após o recolhimento, os cães foram levados para o CCZ para serem submetidos a exames e cuidados, posteriormente disponibilizados para adoção.

O médico veterinário e coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, Flávio Ferreira da Silva, explica que ações semelhantes a esta de busca e captura de animais errantes, já são realizadas em todo município. Na última quinta-feira (1º), aconteceu a primeira ação na Vila São José, e no dia 9 a segunda ação.

“A captura é tanto para animais que estejam na rua, porque é proibido animais andarem nos logradouros públicos de Marabá, quanto para capturar animais com leishmaniose. Eles oferecem vários riscos, como transmissão de zoonoses, raiva, leishmaniose, sarna sarcóptica que é uma zoonose também, como riscos de acidentes para motoqueiros e condutores de carros, causando danos. No Brasil inteiro são noticiados acidentes com esses animais, motoqueiros batem e a colisão causa sequelas como traumatismo craniano, e por isso estamos realizando essa ação na Vila São José”, explica o médico veterinário, contabilizando no total, 20 animais capturados entre adultos e filhotes.

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Todos os animais capturados, sobretudo aqueles que estão com característica clínica de leishmaniose, serão submetidos a exames, testes rápidos para detectar a doença. O médico veterinário aconselha aos proprietários de animais em geral, que os mantenham em casa, não deixando transitar na rua, com saúde adequada, vacinando-os e desvermifugando. “Se o animal apresentar qualquer enfermidade, levar imediatamente numa clínica veterinária para passar por um profissional para diagnosticar a doença e posterior cura do animal”, explica.

LEISHMANIOSE

“Para a leishmaniose a melhor forma de evitá-la é a prevenção, profilaxia, usar a coleira adequada, repelente para evitar o mosquito vetor flebotomíneo, o mosquito-palha, pois é a única forma de transmissão, por contato não transmite. Usando a coleira e repelente você estará protegendo o seu animal contra leishmaniose. Contra sarna há vários comprimidos que protegem, tanto profilático, como para tratar esses animais”, aconselha o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses.

REPERCUSSÃO

Ao avistar a carrocinha do CCZ, a dona de casa Rosangela Pereira de Souza Ferreira, de 59 anos, levou sua cadela que está enferma, com cistos expostos na barriga para ser tratada. Emocionada, pois convivia 10 anos com a cadela, ela aprova a ação da carrocinha. “Outra vez eu tinha um cachorro [na rua], que estava doente, o carro passou e levou e eu fiquei feliz, porque não morreu à mingua. Quando vemos nosso animal sofrendo, nós sofremos juntos. Essa minha cadela tem mais de 10 anos que eu cuido dela, ela está doente e não tenho condição de tratar. Estourou um cisto nela, meu filho a consultou com uma veterinária, passou remédio, mas agora encheu todo o corpo dela novamente de cistos. Eu fico com dó, essa ação me ajudou muito. Eu cuido de criança e conviver com cachorro doente é ruim”, disse ela.

As ações da carrocinha começaram neste mês de julho na Vila Sororó (Vila Canaã) e Vila Brejo do Meio. A previsão da próxima semana é que os serviços de busca e captura aconteçam na Vila Itainópolis, Murumuru e Espírito Santo. (Fonte: Ascom PMM)