Nem todo brasileiro consegue arcar com os gastos de plano de saúde, que estão cada vez mais caros no país, muito menos tem dinheiro sobrando para gastar com consultas particulares. Muita gente tem se socorrido no sistema público de saúde. No entanto, com o setor cada vez mais precário por falhas no atendimento e equipamentos obsoletos, as chamadas clínicas populares têm ganhado cada vez mais espaço na preferência.
Com preços mais acessíveis e facilitação no pagamento, estes estabelecimentos têm crescido e conquistado milhares de clientes. E não se trata apenas de espaços voltados para o atendimento médico, mas também para cuidados odontológicos.
Dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostram que, em um período de 12 meses (junho de 2017 a junho de 2018), mais de 66 mil contratos de planos de saúde foram cancelados, deixando milhares de cidadãos sem assistência médica particular. Esse cenário contribuiu para o fortalecimento das clínicas populares, que hoje são encontradas em todas as regiões do Brasil.
Leia mais:Em Marabá, além de clínicas médicas com oferta de serviços a preços baixos, é possível encontrar também odontólogos que prestam serviço a valores mais acessíveis. “A gente tem todo tipo de público. Têm pessoas carentes e pessoas da alta sociedade. Porque o tratamento é igual para todo mundo”, ressalta Luana Marcelino, cirurgiã dentista e ortodontista de uma clínica odontológica popular, com sede em Minas Gerais e ramificação por todo o país, localizada na Avenida Antônio Maia, na Marabá Pioneira.
Ela não considera a clínica propriamente popular, no entanto, admite que os preços dos serviços são mais baixos no estabelecimento, destacando que há facilidade no pagamento, como o parcelamento do valor ou pagamento por procedimento feito. “Eu tenho colegas que trabalham em clínicas de alto padrão e que, às vezes, fazem o mesmo tratamento que eu faço só que, pela forma da clínica trabalhar, tem um preço maior”, disse.
Luana diz ainda que todos devem receber tratamento e, por isso, é importante que existam estabelecimentos que ofertem serviços mais acessíveis. “É criança com dor de dente que não presta atenção na aula, que não come direito e que, às vezes, não tem nem instrução”.
A odontóloga também reforça que, apesar do preço ser mais “em conta”, a qualidade do serviço e dos produtos usados não é inferior. “Se você fizer o tratamento aqui, os nossos instrumentos são todos esterilizadas, organizados. Na verdade, eu vou ganhar no montante, porque vou ter mais paciente e o meu lucro vai pela quantidade de pacientes que eu atendo”.
Prevenção
Embora a recomendação aos pacientes, seja a visita periódica ao dentista, ela conta que não é isso que acontece. “O forte é a ortodontia, só que o paciente quando procura para isso ou é porque está com dor e tem que fazer canal ou tem que fazer uma extração ou ainda é para colocar aparelho. É muito difícil atender um paciente aqui para fazer um check-up”.
Segundo ela, cerca de 40 pacientes chegam a ser atendidos diariamente no estabelecimento, que já atua há dois anos em Marabá. Para o cliente Oséias Tomás, a clínica tem atendido às suas expectativas. “Sempre fui bem atendido, é tranquilo”. Ele contou à reportagem do CORREIO, que pesquisou outros estabelecimentos antes de optar por ela e percebeu a diferença dos preços.
Euzimar Montes Ribeiro também aprova o trabalho feito na clínica, dizendo que a esposa e o filho já fazem acompanhamento com os odontólogos no estabelecimento. “É um atendimento excelente e o preço é acessível nesse mercado. Antes das clínicas populares, nas outras que são particulares e que tinham convênio muito caro, ficava difícil fazer o tratamento”. (Nathália Viegas e Adriana Oliveira)