O tal do futebol (1)
Vamos lá: o futebol é um esporte de pouco ponto, diferente do vôlei, basquete e outros, em que cada subida ao ataque vai rendendo pontos, que se acumulam no final da partida e definem o vencedor. O tal do futebol é diferente, às vezes basta uma bola bem encaixada ou um vacilo num momento crucial e pronto, lá se foram 100 minutos de luta e suor. Foi assim que o Águia viu sua situação se complicar no Parazão 2021.
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O tal do futebol (2)
O time de João Galvão fez uma partida segura, teve sempre mais posse de bola, usou suas boas armas ofensivas, se manteve quase o tempo inteiro seguro na defesa. Mas bastou uma bola metida na área, em um lance que nem falta foi, para o Itupiranga vencer o jogo. Esse é o futebol.
Qualidades e defeitos
O Águia não fez uma partida ruim. Pelo contrário, algumas peças se destacaram bem, como o zagueiro Gilmar. Muito firme, ele não perdeu quase nenhuma bola. O próprio Da Silva, que atuou improvisado na zaga, também foi bem; além do experiente Balão Marabá, com toque refinado no meio campo e uma postura serena, sempre tentando conciliar os atletas que discutiam muito a cada lance perdido. A derrota veio mesmo porque faltou aquele último passe, aquela finalização mais caprichada; faltou tempero, faltou “Sazon”. Foi isso.
Vamos falar do vencedor
Os comandados de Wando Costa demonstraram uma aplicação tática que tenho visto poucas vezes entre os chamados “pequenos” do futebol paraense. O time jogou com uma linha de quatro, outra linha de cinco e apenas um atacante à frente das duas linhas. Sem a bola, a equipe se posicionou em bloco, entre a entrada de sua área até um pouco depois da faixa central. O Itupiranga não foi marcar lá em cima e povoou o segundo terço do campo. Com a bola, o bom Kaíke saia um pouco mais por dentro e o Alex um pouco pelo lado, mas sempre com a bola, dificilmente em projeção. O time se manteve assim, de forma cartesiana, e venceu o jogo. Foi uma partida de xadrez, venceu que teve mais paciência.
Horizontes diferentes
Enquanto o Itupiranga joga em Marabá, na contra o Independente, na última rodada, dependendo apenas das suas forças para se classificar em segundo ou mesmo em terceiro, o Águia de Marabá tem um horizonte mais nebuloso. O Azulão encara o Paysandu, em Belém, precisando pontuar. Detalhe: caso o Paragominas vença o Carajás nesta quinta-feira (22), o Águia viaja a Belém na condição de lanterna do Grupo C.
Saideira
A última nota da coluna vai para Júnior Ceceu, torcedor aguiano, que não desiste nunca!