Correio de Carajás

Nova Ipixuna: Motociclistas desafiam a morte nas ruas

Importante cidade da região, que fica à margem da movimentada PA-150, Nova Ipixuna vê parte da sua população desafiar a morte diariamente na condução imprudente de carros e motos, confiantes no fato do trânsito não ser ainda municipalizado. Uma passagem de repórter do CORREIO pela cidade para cobrir outro assunto, chamou atenção essa situação.

O jornal flagrou muitas irregularidades nas ruas e avenidas da cidade. As cenas se repetiram várias vezes no dia: os motociclistas ultrapassando em locais proibidos, fazendo manobras arriscadas, parando em cima da faixa de pedestre e sem o uso de capacetes.

Conforme Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conduzir motocicleta sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção, é uma infração grave e com penalidade de multa, no valor de R$ 293,47.  A infração também é considerada gravíssima, podendo o motorista perder sete pontos na carteira, ser suspenso do direito de dirigir e ter o documento de habilitação apreendido.

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Quem pretende andar com crianças em motocicletas deve, primeiramente, conhecer a lei: segundo o CTB, só é permitido transportar na garupa crianças maiores de sete anos e que tenham condições de cuidar da própria segurança.  Possuir essas condições significa conseguir apoiar os pés inteiros nas pedaleiras da moto (o que, dependendo do tamanho da criança, nem sempre acontece aos sete anos).

Outras medidas obrigatórias são, assim como para qualquer passageiro na moto, que os pequenos usem capacete com a viseira abaixada (ou óculos de proteção). E a peça deve estar bem fixada à cabeça. Não adianta nada oferecer um capacete que seja muito maior que o tamanho da sua cabeça, pois irá soltar e não irá protegê-lo em caso de quedas e acidentes. Em caso de descumprimento, a infração também se encaixa como gravíssima.

Elias dos Santos: “Meu maior medo é ser vítima da imprudência dos outros”

O autônomo Elias dos Santos foi um dos poucos motociclistas que utilizavam o capacete no momento da Reportagem. Segundo ele, que conhece bem o trânsito de Ipixuna, afirmou que utiliza o item por temer que seja vítima da imprudência de outro motorista. “Aqui muitos adolescentes andam de moto, sem capacete. Fazem muita manobra errada e meu maior medo é ser vítima da imprudência dos outros”, revelou.

Moto-taxista há cinco anos no município, Fábio Jesus Silva já presenciou diversos acidentes ocasionados por irresponsabilidade dos motociclistas. “A maioria das pessoas acham errado o uso do capacete. Acho que 90% das ruas de Ipixuna não possuem sinalização. As pessoas são conhecedoras da Lei, mas não obedecem”, desabafou.

Sargento Silvano, da PRE: “Já tivemos diversas situações na cidade em que as pessoas perderam suas vidas”

Acostumado a abordar diversos motociclistas em irregularidades na PA-150, o sargento Silvano, da Polícia Rodoviária Estadual, informou que sempre atua baseado nas leis brasileiras. “Quando abordamos essas pessoas, a orientação que damos é que estejam com sua devida documentação em dia e com o capacete, que é o objeto obrigatório. Até porque essa proteção é individual. Já tivemos diversas situações na cidade em que as pessoas perderam suas vidas por estarem sem capacete”.

A equipe de Reportagem do CORREIO entrou em contato com o Departamento Estadual de Trânsito de Ipixuna (Detran) e com a Prefeitura da cidade em busca de dados e outras informações sobre os diversos tipos de inflação e a falta de sinalização do município, mas não obtivemos resposta até o fechamento desta edição. (Karine Sued, com informações de Josseli Carvalho)