Correio de Carajás

Morte de mototaxista é mistério

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Marabá tem uma dura missão pela frente: desvendar o assassinato do jovem mototaxista Douglas Lima de Sousa, 22 anos. Ele foi executado a tiros na noite da última terça-feira (12), por volta das 20h30, por dois homens em uma moto Broz de cor preta. O assassinato aconteceu no bairro Santa Rosa, Marabá Pioneira. O que chama atenção nesse caso é que, diferente da grande maioria das vítimas de assassinato em Marabá, Douglas não tinha passagens pela polícia e, até onde se sabe, não estava envolvido em nenhum tipo de crime.

De acordo com o delegado Vinícius Cardoso das Neves, diretor da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, a vítima havia acabado de deixar uma passageira no seu destino e quando já ia retornar foi abordado pelos criminosos que o executaram a tiros. Douglas teria sido atingido, pelas costas, com ou quatro três.

Primeira autoridade a comparecer ao local do crime, o cabo A. Costa, da Polícia Militar, disse ter sido acionado sobre a ocorrência de um confronto armado na Avenida Pará, mas ao chegar no local se os policiais depararam com uma cena de execução, pois a vítima estava trabalhando e não andava armada. No local as pessoas não souberam dar nenhum tipo de informação, pois ninguém conhecia a vítima.

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Douglas morava na Folha 21 (Nova Marabá), ele serviu o Exército há dois anos e depois que deu baixa passou a trabalhar como mototaxista auxiliar à noite, conforme relatou seu pai, Manoel Roberto de Souza, dono da moto que Douglas trabalhava. Manoel contou que trabalhava durante o dia e o filho durante a noite.

Tentando manter a serenidade mesmo no momento de dor, Manoel conversou com a Imprensa na manhã de ontem (13), quando foi receber o cadáver do filho no Instituto Médico Legal (IML) de Marabá. “Perder um filho não é brincadeira. Não é fácil”, desabafou.

Perguntado se tinha alguma pista sobre a autoria ou a motivação do assassinato, ele disse não ter a menor ideia, pois o filho nunca foi envolvido com criminalidade, era um rapaz trabalhador e foi evangélico durante muitos anos, mas ultimamente tinha se afastado da igreja. “Meu filho não fazia coisa errada”, resumiu o pai da vítima.

Outro detalhe que chama atenção no crime é que características do homicídio como dois matadores e uma moto e a pouca quantidade de tiros apontam para crime de encomenda, o que leva a crer que Douglas pode ter sido confundido ou que pode ter se metido em algum problema recente do qual nem a família nem as autoridades tinham conhecimento. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho e Evangelista Rocha)