O cãozinho Boby, que foi mutilado a golpes de facão por um vizinho do seu dono, no residencial Jardim do Éden, não resistiu e morreu na noite de quinta-feira (7) quando recebia doação de sangue, após ter passado por uma cirurgia em uma clínica ligada à ONG Focinhos Carentes, que pegou o animal para tentar salvá-lo.
O acusado é Erick Wauber Afonso dos Santos, de 40 anos. Ele foi apresentado na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, após ter sido preso por militares do Posto Policial Destacado de Morada Nova.
Usando um facão, Erick Wauber arrancou uma das patas e fez cortes em outra pata e no pescoço do cão do vizinho, Josias dos Santos Aguiar. Apesar da brutalidade com que atacou o animal, Erick não deverá ficar preso.
Leia mais:Segundo o cabo Joelson, o tutor do animal telefonou para a Polícia Militar por volta das 7h15 informando que cachorro havia sido mutilado, no Residencial Jardim do Éden. No local, os policiais encontraram o animal vivo, mas bastante ferido. Erick já havia saído do bairro.
Ele foi localizado logo depois, já no Bairro São Félix. O cabo Joelson destacou que o homem pouco falou sobre o assunto, mas comentou que o ataque ocorreu porque o cão teria matado um coelho (ou um preá) dele.
Contra ele, explicou o militar, foi confeccionado um termo circunstanciado de ocorrência baseado em maus tratos a animais, infração prevista na Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal Nº 9.605). A pena para quem pratica, é de três meses a um ano de detenção e multa. Por conta da pena considerada pequena, quem comete tal ato responde ao processo em liberdade. “A lei é branda e é falha”, comentou o policial.
Por outro lado, Deise Araújo Mendes, da ONG Focinhos Carentes, lamentou a crueldade cometida contra o animal. Ela chama atenção que os animais agem por instinto, mas o ser humano precisa agir com racionalidade ao invés de se vingar com a mesma moeda, pois ao fazer isso ele está se colocando também como um animal.
ENTENDA
O animal foi atacado com golpes de facão, sendo que um deles arrancou um de seus membros anteriores, mutilaram seus ossos do membro anterior direito em inúmeros pedaços. Um outro golpe rasgou seu focinho e lábios, além de decepar a língua.
O dente canino também foi quebrado e um outro golpe quase arrancou o pescoço, tendo deixado corte de 5cm de profundidade na sua musculatura cervical e 15 cm de comprimento. “Os golpes rasgaram a sua pele e musculatura do peito e do braço (região de escapula) em profundidade e extensão tal que o organismo em uma última tentativa de sobrevivência reduziu o fluxo de sangue para as extremidades e se concentrou nos órgãos vitais, pois apesar de ter perdido tanto sangue, ele já não tinha mais hemorragia ao chegar”, explica a veterinária Raquel Ribeiro. (Luciana Marschall e Chagas Filho)