A desocupação da área da Piçarreira, na ocupação da Infraero, teve um novo capítulo na manhã desta sexta-feira (19), quando os moradores, revoltados por serem obrigados a deixar o local, se reuniram na Rodovia Transamazônica, na altura da entrada do bairro para reivindicar o direito de permanecer no local.
Quênia Barbosa está na manifestação e é moradora da Piçarreira há sete anos. Para ela, é um absurdo a reintegração ocorrer em meio à pandemia do coronavírus. “Não temos para onde ir, e querem nos retirar de lá a todo custo. Solicitamos que as autoridades públicas olhem por nós e façam alguma coisa. Não queremos briga com essa manifestação, somente o direito de morar em nossos lares”, diz Quênia.
Já Rosinalva Pereira veio do Maranhão, investiu oito mil reais em sua casa na localidade e considera um absurdo ter que sair repentinamente. “É uma covardia o que estão fazendo, pois se nos tirarem de lá, para onde iremos? Eu tenho quatro filhos e um deles é portador de necessidades especiais. Estou usando o Auxílio Emergencial do Governo Federal para terminar de construir minha casa, não posso abandonar tudo assim”, clama Rosinalva.
Leia mais:A Polícia Rodoviária Federal (PRF) compareceu ao protesto, por volta das 9h40, para dialogar com os manifestantes, que chegaram a bloquear totalmente a rodovia.
Por volta das 11 horas, a via foi liberada e os moradores, que exigiam a presença do prefeito Tião Miranda, encerraram a manifestação com a promessa de se reunirem novamente na segunda-feira (22), na Câmara Municipal de Marabá. (Zeus Bandeira e Josseli Carvalho)