A promotora Magdalena Torres Teixeira, titular da 1ª Promotoria de Justiça Criminal, ofereceu ontem, terça-feira (16), denúncia contra Diógenes dos Santos Samaritano, indiciado pela Polícia Civil pelo crime de feminicídio contra a companheira, Dayse Dyana Sousa e Silva, na presença do filho do casal, de apenas quatro anos, em Parauapebas.
Ele foi denunciado pelo crime de forma qualificada, por motivo fútil, impossibilidade de defesa da vítima e tentativa de asfixia. O caso foi registrado no último dia 31 de março, um domingo, e ainda no mesmo dia alcançou grande repercussão estadual, principalmente pela brutalidade contra a vítima, que chegou a ser arremessada de uma janela do segundo andar, na casa dos dois.
Conforme a investigação da Polícia Civil, utilizada pelo Ministério Público com base para a denúncia, Dayse Dyana foi espancada até desmaiar e depois arremessada. O companheiro dela, Diógenes Samaritano, que é agente de trânsito do Detran, havia sido condenado em fevereiro pelo crime de lesão corporal e ameaça cometido contra a mesma vítima 2016.
Leia mais:Segundo o Ministério Público, na ocasião, ele teria quebrado o braço da mulher e provocado traumatismo craniano em decorrência de uma série de socos. Atualmente recolhido no Centro de Reclusão Coronel Anastácio das Neves (Cecran), em Santa Isabel do Pará, Samaritano responde, ainda, a outros processos por crimes contra a administração pública, dentre eles abuso de autoridade e concussão.
O MP destaca que todas as testemunhas ouvidas pela Polícia Civil que tinham proximidade com o casal afirmaram que os dois mantinham relacionamento bastante conturbado desde o início, com histórico de agressões físicas, violências psicológicas, ameaças, privações financeiras e uma série de humilhações promovidas pelo homem.
Para a promotora, está demonstrado que Dayse era vítima de um relacionamento abusivo e sofria violência doméstica, pautada na vulnerabilidade de gênero. A denúncia aponta que o laudo necroscópico provisório, emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) de Marabá, indica múltiplas lesões decorrentes de espancamento. Apesar da queda e dela apresentar lesões compatíveis de agressões anteriores, ficou claro que o espancamento ocorreu antes da queda da janela. (Luciana Marschall)