Correio de Carajás

Mineração ilegal é o maior desafio do ICMBio na região

André Macedo: “Temos que consolidar um modelo de inovação socioambiental de envolvimento da sociedade”

Ao final dos três dias de Congresso de Gestão do Conhecimento e Sociobiodiversidade das Áreas Protegidas de Carajás, realizado em Parauapebas nos dias 8, 9 e 10 de novembro, por iniciativa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), diversos assuntos foram abordados por especialistas, como: O papel da Amazônia como vetor da sustentabilidade; Políticas públicas para a sustentabilidade na região de Carajás; Estratégias de proteção dos territórios amazônicos; Gerenciamento de projetos aplicados à gestão socioambiental, entre outros temas.

O CORREIO conversou com exclusividade com André Macedo, diretor do Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio Carajás, que afirmou que os maiores desafios no entorno dessas áreas protegidas são de garimpos ilegais e da extração ilegal de madeira. “Dentro de algumas unidades a gente tem uma liberação legalizada, mas que ainda assim apresenta um grande desafio, porque essa liberação ocorre em áreas ameaçadas de extinção. E, como solução, nós temos que consolidar um modelo de inovação socioambiental de envolvimento da sociedade para que, de forma coletiva, a gente possa buscar soluções para essa conciliação entre conservação da biodiversidade e desenvolvimento socioambiental”.

De acordo com André, o município de Marabá possui três unidades de conservação federal: Rebio Tapirapé; Floresta Nacional do Itacaiunas e a Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri.

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“A Rebio Tapirapé é uma unidade de proteção de categoria integral, ou seja, não pode ter mineração. Em função disso, o interior da unidade está muito bem conservado. No entanto, existe uma pressão externa por atividades minerais ilegais e pecuária”, analisa o gestor, ressaltando que a Floresta Nacional do Itacaiunas também é muito pressionada pelas duas atividades.

Ainda explicando sobre as UCF, André Macedo conta que na Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri existe um impedimento licenciado que é o Projeto Salobo. Ocorrendo dentro do ambiente da legalidade, ele explica que precisou estabelecer algumas condicionantes ambientais e ações mitigadoras para lidar com esses impactos.

Nos últimos anos, por conta da pandemia, o ICMBio precisou se reinventar em relação ao processo de participação social e da gestão da biodiversidade, que tem como premissa envolver a sociedade nesse processo.

“A equipe foi muito criativa e construiu espaços virtuais para segurar esses espaços participativos. Agora, estamos investindo cada vez mais no ecoturismo, que é uma grande oportunidade de diversificar a economia local, promovendo a geração de renda a partir da floresta em pé”. (Ana Mangas)