Acusado de assassinar pai e filha em 19 de maio de 2018, Rodrigo Pereira Nunes, o “Piolho”, foi condenado a 22 anos de prisão. A sessão do Tribunal do Júri foi realizada nesta quarta-feira (14). Na defesa do réu, o advogado Raphaell Braz já antecipou que vai ingressar com recurso. Ele tanto pode pedir a realização de outro júri popular como pode solicitar a redução da pena. A estratégia da defesa ainda não está definida.
As vítimas do duplo homicídio foram Carlindo de Souza Gonçalves, o “Cabeludo”, de 43 anos, e a filha dele, identificada apenas como Caroline, ou “Carol” (ela não tinha documento de identidade), que estava grávida na época do crime.
Aliás, durante a fase de instrução, além dos dois homicídios, Rodrigo também era acusado de provocar um aborto, já que, ao assassinar a mulher grávida, ele matou também o bebê que ela carregava no ventre. Mas o Poder Judiciário não pronunciou o acusado por aborto, por aceitar a tese do advogado Raphaell, de que seu cliente não sabia que a mulher estava grávida.
Leia mais:Mas nem assim, Rodrigo, o “Piolho”, teve um bom resultado ao final do julgamento popular realizado ontem. Ele respondia por dois homicídios duplamente qualificados, sendo que no caso da morte de Carlindo, os jurados mantiveram as qualificadoras: motivo fútil e uso de meio que impede a defesa da vítima, já que o tiro foi pelas costas; enquanto na morte de Caroline, os jurados entenderam que foi homicídio simples, retirando as duas qualificadoras.
O crime
As duas mortes foram registradas na ocupação da Folha 1, periferia da Nova Marabá, na beira do rio Tocantins. Na ocasião, ventilou-se duas motivações para o crime, a primeira seria disputa por um lote na ocupação e a outra o tráfico de drogas.
Testemunhas do assassinato disseram que a rixa era entre Carlindo, o “Cabeludo”, e Rodrigo, o “Piolho”, mas a filha da vítima tentou defender o pai e acabou morta também.
Depois do crime, o acusado fugiu para a cidade de Xinguara, mas passou a vir a Marabá com relativa frequência, visitando parentes na Folha 29. Na época, policiais do Departamento de Homicídios ainda chegaram a conversar com familiares de “Piolho” para convence-lo a se entregar, mas isso nunca aconteceu. No dia 29 de novembro daquele ano ele foi preso. (Chagas Filho)