Ao que tudo indica, a curva de mortes por covid-19 em Marabá e Parauapebas não só atingiu o platô, como começa a arrefecer aos poucos. Pelo menos por ora, isso porque há apenas alguns dias que setores do comércio considerado não essencial foram liberados a funcionar nos municípios. Campos de futebol e praias voltam em Marabá nos próximos dias 6 e 12, nesta ordem. Panorama semelhante não é visto na escalada de casos confirmados, que ilustra, como o nome mesmo revela, uma ascensão ao longo dos meses.
Para se ter uma ideia da velocidade com que o número de contagiados pelo novo coronavírus subiu em Marabá, em março havia apenas uma confirmação. Em abril, pulou para 36. Em maio, o valor voou — mesmo com a paralisação do aeroporto — para 968. Por fim, em junho, saltou para 4.117. Cabe lembrar que junho foi o mês dos testes rápidos, responsáveis por 3.936 detecções, contra 261 do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
As primeiras notificações de mortes na cidade ocorreram um mês após a eclosão dos casos iniciais de cidadãos infectados com a doença. Foi no dia 22 de abril, uma quarta-feira, que Marabá entrou em alerta com as primeiras vítimas fatais. O episódio desencadeou, nos dias seguintes, um efeito em cascata. Mais e mais óbitos surgiram. A taxa de letalidade chegou a mais de 30%, mas agora segue em ritmo de queda, a 3,2%.
Leia mais:No mês de abril, Marabá contabilizou nove mortes em decorrência da covid-19. Na ocasião, todo o comércio não essencial estava fechado. Em maio, já foram 90 registros negativos — salto de 900%. Foi o mês mais letal no município. Também foi nesse período de mortes que a prefeitura autorizou a reabertura parcial do comércio. Os fatores de risco mais comuns foram hipertensão, diabetes, cardiopatia e obesidade.
Já em junho, ao contrário do que se imaginava, Marabá computou menos mortes que no mês anterior. Foram 42 óbitos no total — baixa de 53% na comparação com maio. Agora o tempo será o senhor da razão. Se no fim de julho a quantidade de mortes for menor, certamente o município caminha para dias melhores. O mesmo, contudo, não pode ser dito para o inverso.
Nesta semana, aliás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para uma nova onda de contágio — que influencia de maneira frontal no saldo negativo — com a flexibilização precoce. Tal afrouxamento da quarentena aconteceu tanto em Marabá quanto em Parauapebas, que esteve em lockdown durante 13 dias.
Até esta quinta-feira (2), os 21 municípios que compõem o 11º Centro Regional de Saúde da Sespa registraram 476 óbitos desde o início da pandemia. Entre as cidades que compõem esse universo, estão Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Tucuruí, Jacundá, Itupiranga, Rondon do Pará, São Domingos do Araguaia e outros.
Parauapebas é campeã disparada de casos
Parauapebas registrou 8.191 novos casos da covid-19 em junho, o mês com o maior número de casos desde o primeiro registro da doença no município. Já o mês de maio ocupa o segundo lugar, com 2.374 confirmações. Na terceira colocação fica abril, que contabiliza 132 casos. Março teve o primeiro e único registro da doença. No total, 10.698 pessoas foram infectadas até 30 de junho.
Sobre o número de óbitos, quem lidera o ranking é o mês de maio, quando 63 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus, seguido pelo mês de junho, com 57 mortes, e abril, com oito. No total, foram 128 óbitos até 30 de junho.
No dia 1° de abril, havia apenas um caso confirmado de coronavírus no município, que ainda não apontava óbitos. Porém, na publicação do dia 30, Parauapebas finalizava o mês com 128 casos e oito óbitos pela covid-19. A primeira morte causada pela doença no município foi no dia 11 — um homem de 42 anos sem histórico de viagem e sem comorbidades.
Ainda no mês de abril, a cidade começou a utilizar os testes rápidos. A prefeitura informou, ainda, que um novo teste havia sido realizado em um jovem notificado com a doença. Esse teste deu resultado negativo e o jovem recebeu alta médica.
O mês de maio iniciou com 144 notificações, saltando para 2.507 no dia 31. Os óbitos passaram de 11 no dia 1° para 71 no dia 31 de maio.
No dia 1° de junho, 2.809 pessoas já haviam contraído o vírus, mas os números saltaram para 10.698 no dia 30. O total de mortes evoluiu de 74 no dia 1° para 128 em 30 de junho.
O Portal Correio de Carajás compilou os dados no site da prefeitura, na aba destinada às publicações dos boletins sobre a covid-19. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) informou à Reportagem que a quantidade de notificações da doença disparou em junho devido à testagem em massa da população.
O número de recuperados até o mês de junho foi de 5.462. Importante destacar também que o número de óbitos divulgados nem sempre era referente ao dia da publicação, mas também de datas anteriores, que aguardavam confirmação. (Da Redação)