Ainda vai levar um tempo para que as pessoas que presenciaram o assassinato ocorrido na noite de domingo (30), em Marabá, esqueçam a terrível cena do jovem Joglas Rayran Pereira, de 23 anos, deitado na cadeira do bar com o sangue jorrando da cabeça e formando uma poça de sangue no chão da orla do Rio Tocantins. Essa imagem chocante passeia por centenas de celulares.
Enquanto isso, o Departamento de Homicídios da Polícia Civil de Marabá abriu inquérito para apurar o assassinato, que aconteceu por volta das 19h30, horário bastante movimentado, principalmente nesta época do ano em que banhistas vêm da Praia do Tucunaré e costumam encostar nos barezinhos ao longo da orla, para beber uma cerveja e aproveitar a noite de domingo.
Aliás, segundo apurou a polícia, Joglas estava na calçada de um bar bebendo com sua esposa e tendo a companhia do filhinho, ainda bebê, quando chegaram três rapazes, sendo um de camisa branca, um de camisa escura com um desenho branco atrás e o outro não identificado. O de branco efetuou cinco disparos na cabeça de Joglas que morreu na hora, sentado na cadeira.
Leia mais:Após o homicídio, os acusados furtaram uma Honda Biz de cor preta, que estava estacionada perto do local do crime. Inclusive o dono da moto foi até a delegacia registrar o roubo do veículo.
REFLEXÕES DE UMA MÃE
Ontem pela manhã, a mãe da vítima, Lucinalva Pereira, conversou com a Imprensa sobre o ocorrido. Na porta do Instituto Médico Legal (IML), enquanto aguardava o corpo do filho ser liberado, ela disse que Joglas realmente “dava trabalho”, mas nada justifica um ato como esse. “Meu filho dava trabalho, mas nem por isso ninguém tem direito de tirar a vida de ninguém, só Deus… Mais um crime em Marabá que vai ficar impune”, reclamou.
Aos prantos, Lucinalva lamenta pelo neto dela que agora crescerá sem o pai. “A vida dele era esse filho, aí veio um infeliz tirar a vida do meu filho, mas a justiça de Deus eu creio que é maior porque a justiça da terra não existe”, desabafou, acrescentando que seu filho havia enviado currículo para empresas da cidade e aguardava ser chamado para começar a trabalhar…
Não houve tempo para isso, não houve tempo para mudar de vida, não houve tempo para ver o filho crescer, porque a violência lhe tirou todas essas possibilidades.
INVESTIGAÇÃO
De acordo com o que foi levantado pela polícia até aqui, Joglas foi preso pelo crime de tráfico de drogas, mas fugiu em 29 de novembro daquele mesmo ano, sendo recapturado no dia 13 de julho de 2016. Depois disso, ele cumpriu o restante da pena até receber Alvará de Soltura no dia 20 de janeiro de 2017.
Há informações também de que ele passou uma temporada em Parauapebas, no Bairro Vila Nova, antes de voltar a Marabá. A polícia junta todos esses dados para entender qual teria sido a motivação para esse bárbaro crime e possivelmente quem seriam os autores.
(Chagas Filho)