Correio de Carajás

Jovem esfaqueado diz que não pensa em vingança

No final da manhã desta quarta-feira (2), o jovem Eli Gabriel de Sousa Lima, de 21 anos, deixou o Hospital Municipal de Marabá (HMM), onde estava internado desde o final da tarde de domingo (31), quando deu entrada com oito perfurações de faca. Eli Gabriel foi esfaqueado por Joseilson Moura Rodrigues no balneário da Folha 6 no último domingo. O caso teve grande repercussão porque parte da agressão foi filmada.

Na casa de parentes, Eli Gabriel diz que não pensa em se vingar do homem que quase lhe tirou a vida. “Está nas mãos de Deus. O que ele fez comigo eu não vou atrás, e Deus vai cobrar ou outra pessoa lá na frente”, afirma, acrescentando que quando estiver recuperado, pretende voltar ao balneário porque tem amigos que moram ali.

Eli Gabriel, que trabalha como ajudante de pedreiro, ainda terá de voltar na semana que vem ao HMM para retirar um dreno.

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Ele conta que estava se divertindo com amigos quando tudo aconteceu. A vítima lembra que o acusado estava muito alterado e discutia com uma mulher que lhe acompanhava. Gabriel conta que percebeu que Josiel estava com uma faca na mão.

O jovem lembra que estava encostado no carro do agressor e que este se levantou e mandou que ele se afastasse do carro e lhe deu um empurrão. Eli Gabriel revidou, empurrando seu desafeto de volta. Nessa hora, foi que tudo começou.

Carro do agressor foi incendiado por pessoas indignadas com a covardia/ Fotos: Divulgação

O rapaz recorda que Josiel deu a volta por trás do carro para pegar a faca e foi em sua direção já armado. Eli Gabriel diz que tentou correr, mas como é que corre? O rapaz e seus amigos já haviam ingerido dois litros de uísque e as pernas não obedeceram. Ele caiu no chão e foi golpeado várias vezes por Josiel, conforme é possível ver nos vídeos que viralizaram nas redes sociais.

Ele disse que quando estava sendo agredido deu uma espécie de apagão e sós e lembra de ouvir seus amigos pedindo para ele não dormir. “Aí eu me lembro só até essa hora”, relata, ao acrescentar que não se recorda de ter sido levado nos braços até o carro de uma pessoa que o levou ao hospital. Aliás, Eli Gabriel diz que não sabe nem quem o socorreu. “Queria saber quem foi para poder agradecer”.

Segundo ele, a quantidade de facadas que ele sofreu foi um pouco maior do que o que foi registrado no Boletim de Ocorrência. Foram oito facadas e não seis. Os golpes mais perigosos foram desferidos nas costas (que atingiu o pulmão), perto do pescoço e na cabeça.

Ele aproveitou também para rebater algumas versões que circularam na cidade. Uma dessas versões é de que era ele quem estaria com a faca que teria sido tomada pelo agressor. A vítima nega. Assim como nega também que tenha “tomado gosto” com a companheira do acusado.

“A atitude dele foi brutal, porque ele já veio na intenção de me matar”, relata, acrescentando que o acusado não agiu em legítima defesa, como também chegou a ser comentado. “Se eu for para uma beira de rio eu vou para brincar, não vou arrumar confusão com ninguém”, afirma. (Chagas Filho e Josseli Carvalho)