No Dia Mundial do Trabalhador, 1º de Maio, e no dia 6, o projeto eco-cultural Rios de Encontro, enraizado no Bairro Cabelo Seco, realizou duas rodas virtuais inter-continentais, junto com a Escola St Ignace de Loyola em Wanament, Haiti; a Escola Klosterschule Hamburgo, Alemanha; a EMEF Irmã Theodora, em Marabá; e a Universidade de Oxford. Em rodas bem diferentes, alunos e educadores manifestaram grandes preocupações em comum: o desmatamento das florestas na Amazônia e a vontade de trocar projetos eco-pedagógicos para atuarem juntos.
A visita virtual de 45 minutos em Wanament ampliou-se para duas horas. Num coletivo que incluiu um pesquisador em biotecnologia e duas antropólogas da Universidade de Oxford, Dan Baron e Manoela Souza escutaram 25 jovens coordenadores de um projeto de criação de abelhas explicarem o que aprenderam sobre o ecossistema e a relação recíproca e cuidado mútuo entre abelhas e seres humanos. No final, Manoela, do Rios de Encontro, celebrou o projeto:
“Fiquei impressionada com a sensibilidade e ciência bem viver que alunos de 13 a 17 anos já adquiriram a partir de sua vivência de saúde integral. Já sabem os benefícios do própolis e da organização social da colmeia. A eco-pedagogia do projeto gera motivação, liberdade e responsabilidade ambiental. Quando citei nossa colaboração com o Grupo de Trabalhadoras Artesanais e Extrativistas (GTAE) em Nova Ipixuna, logo captaram a relação entre a produção de mel orgânico, reflorestamento e a resolução da crise hídrica na Amazônia”.
Leia mais:Na segunda roda com o professor Tonio Kempf, da Escola Klosterschule, em Hamburgo, 6 alunos de 14 anos apresentaram sua Carta Coletiva ao presidente Jair Bolsonaro. Através de teatro educação, acusaram o presidente pela destruição acelerada do ecossistema e biodiversidade da Amazônia e exigiram uma política de corresponsabilidade mundial. Em troca, a professora Doelde Ferreira, da Escola Irmã Theodora e 6 alunas e um aluno, apresentaram dois clipes de dança do projeto Conexão Afro.
“A roda foi positiva, principalmente por saber que não só os adultos, mas os adolescentes conhecem a situação política e ambiental do Brasil”, disse Doelde. Para ela, o diálogo mostrou que a arte é importante não só para embelezar nosso cotidiano, como também ajudar para refletirmos sobre temas pesados. “E que embora muitas pessoas falem dos problemas ambientais enfrentados no mundo, pouco ainda se faz no quesito colocar em prática, tomar uma atitude. Essa janela virtual nos proporciona conhecer outros povos e sua cultura, ampliando nossa visão, aproximando o que antes nos parecia tão distante. São outras perspectivas e outras soluções!”
Ao final, Dan Baron ofereceu traduzir a Carta de Hamburgo, e o desejo de seus escritores participarem numa oficina de dança, online. “Perceberam nos retornos dos jovens de Marabá que a dança de raiz cultiva autoconfiança, consciência amazônica, motivação coletiva e resiliência. Mas quando ouviram que Marabá é um dos raros municípios no País com um Projeto Político Eco-Pedagógico, sentiram esperança!” (Divulgação)