Um fato incomum foi registrado na zona rural de Nova Ipixuna na madrugada deste domingo, dia 3 de janeiro. Deberson Almeida dos Santos, conhecido como Pimenta, foragido do Crama (Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes), em Marabá, matou outro homem identificado apenas como “Alex”. Depois, abriu seu abdômen e tórax, retirou o coração e o arrastou para uma lagoa, para se livrar do corpo.
Os fatos foram narrados à Reportagem do PORTAL CORREIO neste domingo pelo delegado Lênio Duarte, de Bom Jesus do Tocantins, mas que responde por Nova Ipixuna. Segundo ele, as informações sobre o caso chegaram ainda na madrugada, por meio da Polícia Militar.
Segundo o que o delegado levantou, a vítima chegou à Vila do 41, em Nova Ipixuna, e procurava serviço há alguns dias. Uma espécie de “gato” ou aliciador, o contratou para trabalhar dentro da Fazenda Brasileira, perto dali.
Leia mais:Na noite de sábado para domingo, Alex foi a uma festa de aniversário, tomou algumas cervejas e depois saiu. Na madrugada, espalhou-se a notícia que o haviam matado e que o responsável seria um homem conhecido como Pimenta.
A Polícia Militar de Bom Jesus foi acionada, juntamente com o delegado Lênio Duarte, que por sua vez acionaram o Destacamento da PM de Nova Ipixuna. Uma equipe chefiada pelo sargento De Alves tomou providências e foi para o local indicado, enquanto as outras equipes de policiais se dirigiam para lá, distante 32 km da sede de Nova Ipixuna.
Ao chegarem ao local, o corpo estava na beira de uma represa, próximo à Vila do 41. Informações de moradores da região confirmavam que o autor do homicídio teria sido Pimenta, foragido do Crama, que morava a poucos metros dali.
A equipe da PM que foi ao local, liderada pelo sargento De Alves, conseguiu prender Pimenta nas imediações, e este foi levado para a delegacia daquele município.
O delegado Lênio acompanhou a perícia no local do crime. Segundo ele, a morte teria ocorrido numa rede, dentro de uma casa. No corpo da vítima havia marca de tiro de espingarda do lado esquerdo do peito. Também foram encontradas marcas de cinco a seis facadas nas costas, no lado direito. Dois cortes grandes na cabeça, talvez provocados por um tijolo que estava no quarto onde ocorreu o crime.
Segundo o levantamento das circunstâncias do crime, Pimenta amarrou Alex numa corda e o puxou até a represa, a cerca de 100 metros da casa. Ele abriu o tórax e abdômen e arrancou o coração da vítima. Depois, o jogou numa represa. “O coração não foi encontrado, mas a perícia confirmou que ele foi retirado”.
Já preso, Pimenta contou na delegacia que ele e Alex teriam brigado (não informou a motivação). Por conta da discórdia, seu desafeto teria lhe desferido um murro e por isso o matou. “Ele foi levado para a delegacia de Nova Ipixuna, onde o flagrante foi lavrado, mas deve ser encaminhado ainda hoje para Marabá, para ser apresentado no CTM (Centro de Triagem Masculina).
O delegado disse, ainda, que pretende identificar o nome completo de Alex e ainda de seus parentes. Ele ficou de conversar com o “gato” que contratou a vítima, o qual seria primo da mulher do assassino.
Ele informou que Alex tem uma águia tatuada na omoplata esquerda e uma espada no antebraço direito. (Josseli Carvalho e Ulisses Pompeu)