Correio de Carajás

Famílias temem ficar na mão

Desde o início do ano, o Departamento de Postura do Município, ligado à Secretaria Municipal de Obras (Sevop), vem realizando ações de desobstrução de canais de água em toda Marabá, com o intuito de evitar enchentes e bueiros entupidos na cidade. A atuação das equipes, porém, tem sido alvo de crítica de populares que reclamam da forma como está ocorrendo as desocupações dos imóveis localizados nessas áreas.

Um grupo de moradores da Folha 29, por exemplo, procurou o Jornal CORREIO para reclamar que foi dado um prazo muito curto para que deixassem os imóveis situados na grota que passa naquela área. Grávida de nove meses, Eliane de Andrade mora há cerca de um ano no local. Ela contou à reportagem que não está segura com a ação e teme que o aluguel da nova casa não seja pago pela prefeitura, como foi garantido aos desalojados.

“Eles falaram que ia dar uns dias para a gente sair e que era para ir à Cidade Nova assinar um papel, procurar uma residência e alugar, que eles iam pagar”, relatou. No entanto, a dona de casa revelou que tem medo de ficar sem um teto para morar junto com a família, já que viu pessoas ficarem na mão depois que o contrato do Aluguel Social acabou. “Quando chegou o mês para dar a casa [popular], ela não estava pronta, e até hoje nada”, afirmou.

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Maria do Socorro Viana de Andrade, mãe de Eliane, mora perto da filha, mas sua residência não será removida. Embora não seja atingida pela medida, ela disse que se solidariza com a situação das famílias que terão que deixar suas casas. “O medo é chegar na hora e eles [prefeitura] não cumprirem com a palavra de dar a casa”, contou.

Aluguel social

O Aluguel Social é um recurso de assistência mensal que atende, em caráter de urgência, famílias sem moradia. O auxílio é dado pelo período de seis meses pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Seasp), correspondente ao valor de aluguel de uma casa popular. Durante esses meses, os moradores vão aguardar por uma vaga em uma residência do Programa Minha Casa Minha Vida, em Marabá.

Outro morador, Daniel Gonçalves, também se diz incomodado com a situação. Ele mora há cinco anos na Folha 29 com a mãe, padrasto, irmã, tia e sobrinha, e não acha um bom negócio sair da casa própria para morar de aluguel.

Edilene Pereira, que mora há cerca de um ano no local com seus quatro filhos e o marido, também reclama do fato de perder o imóvel. Ela contou à reportagem que ainda não sabe para onde vai se mudar, já que até o momento não teve respostas da prefeitura sobre o aluguel social.

A moradora confessou que por um lado a ação do governo traz benefício, porque quando chove casas e ruas são alagadas e muitas pessoas acabam perdendo seus pertences. “Agora, vieram, limparam a grota lá em cima e como não dá para limpar aqui por causa das casas, querem tirar as que estão por cima do canal”.

O que diz a Postura

Procurado pela reportagem do Jornal, Túlio Pereira, coordenador do Departamento Municipal de Postura, explicou que existem sete residências na Folha 29 que serão derrubadas. Desse número, seis estão ocupadas por famílias carentes e a outra está abandonada. Segundo ele, a remoção é necessária, porque as casas estão construídas sobre o canal, impedindo o escoamento da água e causando alagamentos.

“O problema se agravou porque nas gestões passadas foram dadas concessão para a construção de imóveis de uma forma irregular”, sustentou, dizendo que é proibido construir casas em cima de galerias de água. Em uma situação regular, continua Túlio, a construção precisa deixar o referido espaço desocupado em cinco metros na direita e outros cinco na esquerda. “Quem tiver suas casas em cima de galeria que fique ciente de que vai sair. Peço que procurem o órgão público para conversar sobre isso o mais rápido possível”, alerta. (Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)

 

Desde o início do ano, o Departamento de Postura do Município, ligado à Secretaria Municipal de Obras (Sevop), vem realizando ações de desobstrução de canais de água em toda Marabá, com o intuito de evitar enchentes e bueiros entupidos na cidade. A atuação das equipes, porém, tem sido alvo de crítica de populares que reclamam da forma como está ocorrendo as desocupações dos imóveis localizados nessas áreas.

Um grupo de moradores da Folha 29, por exemplo, procurou o Jornal CORREIO para reclamar que foi dado um prazo muito curto para que deixassem os imóveis situados na grota que passa naquela área. Grávida de nove meses, Eliane de Andrade mora há cerca de um ano no local. Ela contou à reportagem que não está segura com a ação e teme que o aluguel da nova casa não seja pago pela prefeitura, como foi garantido aos desalojados.

“Eles falaram que ia dar uns dias para a gente sair e que era para ir à Cidade Nova assinar um papel, procurar uma residência e alugar, que eles iam pagar”, relatou. No entanto, a dona de casa revelou que tem medo de ficar sem um teto para morar junto com a família, já que viu pessoas ficarem na mão depois que o contrato do Aluguel Social acabou. “Quando chegou o mês para dar a casa [popular], ela não estava pronta, e até hoje nada”, afirmou.

Maria do Socorro Viana de Andrade, mãe de Eliane, mora perto da filha, mas sua residência não será removida. Embora não seja atingida pela medida, ela disse que se solidariza com a situação das famílias que terão que deixar suas casas. “O medo é chegar na hora e eles [prefeitura] não cumprirem com a palavra de dar a casa”, contou.

Aluguel social

O Aluguel Social é um recurso de assistência mensal que atende, em caráter de urgência, famílias sem moradia. O auxílio é dado pelo período de seis meses pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Seasp), correspondente ao valor de aluguel de uma casa popular. Durante esses meses, os moradores vão aguardar por uma vaga em uma residência do Programa Minha Casa Minha Vida, em Marabá.

Outro morador, Daniel Gonçalves, também se diz incomodado com a situação. Ele mora há cinco anos na Folha 29 com a mãe, padrasto, irmã, tia e sobrinha, e não acha um bom negócio sair da casa própria para morar de aluguel.

Edilene Pereira, que mora há cerca de um ano no local com seus quatro filhos e o marido, também reclama do fato de perder o imóvel. Ela contou à reportagem que ainda não sabe para onde vai se mudar, já que até o momento não teve respostas da prefeitura sobre o aluguel social.

A moradora confessou que por um lado a ação do governo traz benefício, porque quando chove casas e ruas são alagadas e muitas pessoas acabam perdendo seus pertences. “Agora, vieram, limparam a grota lá em cima e como não dá para limpar aqui por causa das casas, querem tirar as que estão por cima do canal”.

O que diz a Postura

Procurado pela reportagem do Jornal, Túlio Pereira, coordenador do Departamento Municipal de Postura, explicou que existem sete residências na Folha 29 que serão derrubadas. Desse número, seis estão ocupadas por famílias carentes e a outra está abandonada. Segundo ele, a remoção é necessária, porque as casas estão construídas sobre o canal, impedindo o escoamento da água e causando alagamentos.

“O problema se agravou porque nas gestões passadas foram dadas concessão para a construção de imóveis de uma forma irregular”, sustentou, dizendo que é proibido construir casas em cima de galerias de água. Em uma situação regular, continua Túlio, a construção precisa deixar o referido espaço desocupado em cinco metros na direita e outros cinco na esquerda. “Quem tiver suas casas em cima de galeria que fique ciente de que vai sair. Peço que procurem o órgão público para conversar sobre isso o mais rápido possível”, alerta. (Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)