Correio de Carajás

Estelionatários aplicam cinco golpes neste mês

Desde que o delegado Ivan Pinto da Silva assumiu o expediente na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, ele já abriu cinco inquéritos policiais para investigar golpes que estão sendo aplicados usando o site de compra e vendas OLX, o mais famoso do Brasil. Automóveis são os bens preferidos dos estelionatários, que em geral enganam o vendedor e o comprador, deixando os dois com uma briga judicial, enquanto eles ficam com o dinheiro.

De acordo com o delegado Ivan Silva, em geral o golpe acontece da seguinte forma: quando alguém põe um produto para anunciar na OLX, o estelionatário se apresenta como interessado em comprar o produto. Ele pede fotos do veículo e da documentação e em seguida põe uma espécie de anúncio “fake” do mesmo produto, mas por um preço bem mais baixo. Daí em diante, a malandragem continua.

O estelionatário – quando encontra um comprador – conta uma história bem elaborada, justificando o preço baixo do veículo e dizendo que está vendendo o bem (geralmente carro) porque o dono anterior não conseguiu pagar, ou porque está pagando a dívida dessa pessoa. E no meio da conversa ele convence comprador e vendedor a fecharem negócio sem falarem sobre o preço do produto.

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Convence o comprador a fazer um TED Bancário para uma conta (supostamente do dono do veículo) e convence também o proprietário do automóvel a emitir o recibo do veículo, enquanto o TED é compensando, mas essa transferência nunca será efetiva porque o dinheiro foi para outra conta. Quando o comprador e o vendedor conseguem perceber que estão numa cilada, já é tarde.

Foi isso que aconteceu ontem (20) com uma caminhonete Hilux, cujo valor de mercado é de R$ 150 mil, mas foi oferecida por R$ 50 mil, de modo que o interessado transferiu logo a metade do dinheiro: R$ 25 mil. Quando a fraude foi descoberta, o comprador só queria devolver a caminhonete caso recebesse os R$ 25 mil de volta, enquanto o dono exige seu veículo porque não recebeu nada por ele. Diante disso, o delegado pediu a apreensão da caminhonete até que o problema se resolva.

Perguntado sobre quais os cuidados que comprador deve ter para não cai nessa cilada, Ivan Silva foi taxativo: “Objetos com valores bem abaixo do preço de mercado tem que ser alvo de desconfiança. É golpe. Ninguém vai vender uma caminhonete de R$ 150 mil por R$ 50 mil”.

Indagado sobre como a Polícia Civil vai colocar as mãos nesses criminosos, o delegado observa que um dos fatores que dificultam a investigação é o fato de que, via de regra, os estelionatários são pessoas de fora da cidade, podem ser inclusive presidiários, ou mesmo quadrilhas especializadas, cujos chips telefônicos utilizados são de prefixos de São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão.

“É uma modalidade de difícil resolução”, admite Ivana, acrescentando que se a pessoa perceber que pode estar sendo possível vítima desse tipo de crime, primeiramente não deve efetivar a negociação e deve denunciar logo o caso. “Assim a gente vai conseguir pegar esse estelionatário nos seus passos iniciais”, orienta. (Chagas Filho com informações de Evangelista Rocha)

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Delegado Ivan chama atenção para o fato de que nesses casos quem está comprando sempre fica no prejuízo e quem está vendendo vai enfrentar problema judicial, até porque – geralmente – na esfera cível ele vai ser orientado a repartir prejuízo.