Correio de Carajás

Preso o ‘matador de lobisomem’

Na noite de 19 de fevereiro, policiais militares de serviço no Bairro Nova Vida 2, em Parauapebas, foram acionados para socorrer moradores da Avenida Morumbi, que estavam assustados com um indivíduo armado de uma espingarda dando tiros na rua e no quintal da casa dele. Chegando ao local indicado, os policiais encontraram o atirador e também a espingarda. Para os PMs – acredite se quiser – o acusado afirmou que estava tentando matar o “lobisomem”.

O matador de lobisomem foi identificado como José Vieira, de 39 anos, conhecido como “Índio”, natural do município de Zé Doca, no Maranhão, e residente há 20anos em Parauapebas. Ele aparentava testar embriagado ou sob efeito de outro tipo de drogas, que o levou a ter essas alucinações.

Segundo o sargento M. Silva, da Polícia Militar, a primeira informação que chegou à polícia foi de que o acusado atirava na direção das árvores e também no meio da rua, deixando moradores assustados. Ao ser abordado e receber voz de prisão, o acusado deu sua versão aos PMs, como explicou o sargento M. Silva. “Ele falou: ‘vocês não podem me prender’; perguntei por quê, daí ele respondeu: ‘eu vou matar o lobisomem, eu tenho que matar o satanás hoje’”, narra o militar.

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Completamente alucinado, o acusado dizia também que era capaz de ver o lobisomem falando no ouvido dos policiais. “Para nós, essa é novidade; é a primeira vez que a gente encontra um matador de lobisomem”, brinca o sargento, acrescentando que José Vieira havia dado muitos tiros, mas alegou que o lobisomem era muito rápido, por isso não conseguia prendê-lo.

Mas, no local, a guarnição da Polícia Militar não encontrou o tal lobisomem. O único que parecia realmente representar perigo para as pessoas era “Índio”, por isso ele foi levado para a 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil para autuação em flagrante.

A arma apreendida em poder do acusado era uma espingarda tipo “por fora” ou “bate bucha”. Mas as balas usadas por “Índio” não eram de prata. (Chagas Filho com informações de Ronaldo Modesto)

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Para a Polícia Militar, o acusado chegou a citar o nome de duas pessoas da vizinhança que se viram lobisomem. Mas obviamente os nomes não serão divulgados.