A mais longa Copa Libertadores da história terá a final neste sábado, às 17h, no Maracanã, para recompensar com o título o sobrevivente de uma temporada muito conturbada e desafiadora. O fôlego e a preparação física de Palmeiras e Santos serão fundamentais para suportar o calor de quase 40º C do Rio de Janeiro e definir quem será capaz de conquistar o título mais importante da América do Sul ao derrotar um rival bastante íntimo. As duas equipes já se enfrentaram três vezes nesta temporada e fazem agora um confronto inédito pela competição continental.
O novo coronavírus fez a atual edição Libertadores ter mais de um ano de duração. A fase prévia da competição teve início em 21 de janeiro do ano passado. A pandemia levou o torneio a ser paralisado por seis meses, tempo suficiente para jogadores saírem, treinadores mudarem e clubes terem problemas. Os dois finalistas encararam todas essas duas situações, com o agravante de passarem por surtos de covid-19.
Os dois técnicos Abel Ferreira, do Palmeiras, e Cuca, do Santos, foram contagiados pela doença. O santista teve um quadro mais grave e chegou até a ficar internado. Ambos assumiram os cargos durante a competição e tiveram de lidar com desfalques rotineiros e a agenda apertada de compromissos. Nos bastidores, problemas financeiros causados pelos portões fechados, redução salarial e até um impeachment no Santos fizeram da caminhada até a final ser uma campanha de sobrevivência.
Leia mais:“Dentro de todos os problemas que tivemos, e não foram poucos, até financeiros… mas ficamos alheios. Tivemos paciência e confiança nas pessoas sem nunca reclamar de nada”, disse Cuca no Maracanã em referência até ao atraso salarial encarado pelo clube.
O português Abel Ferreira pode conseguir o primeiro título da carreira e afirmou que diante dessa possibilidade, não pretende mudar de estratégia. “Não vou me preparar de forma diferente do que tenho preparado. Vou seguir os mesmos rituais e acreditar naqueles que tenho que acreditar, que são os jogadores”, comentou.
Para os jogadores, estar nesta final depois de tantos percalços no ano significa a chance de entrar para a história. Em caso de título, o Santos vai se tornar tetracampeão e se isolar como o brasileiro com mais conquistas. O Palmeiras busca a segunda taça da história, a primeira neste século.
O título coloca o time atual na história e rende outros benefícios. Em uma temporada de tanta crise financeira, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) vai pagar o prêmio de R$ 81 milhões ao campeão. Quem vencer, poderá ainda disputar o Mundial de Clubes no mês que vem e a Recopa Sul-Americana.
Nos últimos dias as equipes intensificaram os treinos de pênaltis. A decisão pode ir para as cobranças em caso de empate no tempo normal e na prorrogação. Nos três clássicos entre Santos e Palmeiras em 2020 foram dois empates e uma vitória alviverde.
Os capitães vivem a expectativa de erguerem a taça e se eternizarem nas fotos do título. O zagueiro paraguaio Gómez, do Palmeiras, disse que quer ser campeão para prestar uma homenagem ao seu país. “Quando cheguei no Palmeiras, meu sonho era esse (ganhar a Libertadores). E vou fazer o melhor para deixar em evidência também o meu país”, disse.
O volante Alison, do Santos, se recuperou há poucos dias da covid-19 e quer coroar o retorno ao time com o título. “Somos privilegiados. Olhando para essa final, a resposta é que vale a pena acreditar em um sonho, por mais difícil que ele seja”, afirmou.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS X SANTOS
PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez e Viña; Danilo, Zé Rafael, Gabriel Menino e Raphael Veiga; Rony e Luiz Adriano. Técnico: Abel Ferreira.
SANTOS: John; Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison, Diego Pituca e Soteldo; Lucas Braga, Marinho e Kaio Jorge. Técnico: Cuca.
Árbitro: Patricio Loustau (Argentina)
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro
Horário: 17h
Na TV: SBT, Fox Sports e Conmebol TV