Correio de Carajás

Dnit quer iniciar remoção do Pedral em março de 2024

Autarquia promete enviar ao Ibama os estudos finais para o licenciamento da obra em dezembro deste ano

Pedral do Lourenção continua sendo um empecilho para a navegação de barcaças entre Marabá e o Porto de Vila do Conde

O diretor de Infraestrutura Aquaviária do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Erick Medeiros, disse nesta 3ª feira, 19 de setembro, que a autarquia pretende iniciar as obras de derrocamento – retirada de rochas do fundo de um rio com a finalidade de tornar a navegação possível – do Pedral do Lourenção em março de 2024.

A obra de remoção da formação rochosa que impede o funcionamento de trechos da hidrovia Tocantins-Araguaia é debatida há décadas e se encontra em fase final para obtenção de licença ambiental.

Medeiros informou à Comissão de Viação e Transportes da Câmara que o Dnit enviará ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio ambiente) os estudos finais para iniciar as obras do 1º trecho do pedral até dezembro.

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“Nós temos para dezembro a meta de entregar os estudos necessários para a emissão da licença de instalação e a intenção é fazer como já foi acordado de um fogo teste de cerca de 10 km, a gente quer fazer isso já em março”, disse o executivo.

Com 43 km de extensão, o Pedral do Lourenção é uma formação rochosa no Rio Tocantins que aflora durante o período de estiagem e impede a navegação neste trecho do sudeste paraense.

Para garantir a navegação durante todos os meses do ano, são necessárias obras que aumentem a profundidade, como a dragagem – retirada de material solto no fundo do rio – e o derrocamento, que é a escavação das pedras para aumentar a profundidade.

O derrocamento do Pedral do Lourenço é uma das maiores demandas do setor hidroviário brasileiro, principalmente na região Norte. O diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Eduardo Nery, também estava na comissão e listou os benefícios econômicos que a obra pode trazer ao país.

Nery explicou que as rochas deixam a eclusa do trecho de Marabá até o Porto de Vila do Conde inoperante. Segundo o diretor, esse trajeto tem o potencial de movimentar aproximadamente 40 milhões de toneladas de mercadorias durante o ano. Além de aumentar o fluxo de produtos na região, o empreendimento também diminuirá os custos de transporte e aumentará a competitividade dos produtos brasileiros que utilizarem esse modal. Isso porque, segundo estudos da Antaq, o custo operacional de uma hidrovia chega a ser até 80% mais barato do que uma rodovia.

“É mais uma alternativa logística fundamental para viabilizar o escoamento das nossas commodities agrícolas”, declarou Nery.