Correio de Carajás

Data é marcada por manifestação

Em busca de visibilidade e direitos, dezenas de pessoas com surdez se reuniram em uma passeata nesta quarta-feira (26) em Marabá. Munidos de faixas que defendem a cultura surda e a língua de sinais (Libras), eles protestaram em frente à sede da prefeitura da cidade pela manhã.  “Hoje é o Dia Nacional do Surdo e estamos aqui juntos para mostrar que o surdo tem voz também”, disse a professora Ana do Socorro Barbosa Pimentel, do Centro de Atendimento à Pessoa com Surdez (CAS). Os manifestantes saíram de um ponto em frente ao CAES, próximo à Escola Jonathas Pontes Athias, na Folha 21.

Segundo ela, existem aproximadamente 200 pessoas com surdez no município, formando um público que vive em constante busca por inclusão. “A língua deles é a Libras, então precisamos aprendê-la para que nós tenhamos acesso a eles”, ressaltou. No município, além do CAS, existe também o Centro de Atendimento Especializado na Área da Surdez (CAES) e a Central de Interpretação de Libras (CIL), departamentos ligados à Secretaria Municipal de Educação.

“Uma das conquistas que foram brilhantes é termos o Centro de Atendimento à Pessoa com Surdez e temos também a Uepa, que oferece o curso de Letras/Libras para formar profissionais que no futuro trabalhem com essas pessoas”, observou.

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Para dar continuidade à programação alusiva do Dia do Surdo, acontece nesta quinta (27) uma roda de conversa no auditório da unidade I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), com os temas: deficiência auditiva, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e educação dos surdos.

PARTICIPAÇÃO

Mãe de duas crianças, de seis e sete anos, Lidiane Mesquita teve que aprender a lidar com a deficiência do filho mais novo, Carlos, nos primeiros anos de vida dele. “Meu filho estava com um ano e meio e eu já desconfiava, porque tinha alguns barulhos para os quais ele não dava atenção”. Segundo ela, ao buscar um médico para checar essa questão, foi pedido que fizesse um exame específico para identificar se o pequeno apresentava ou não a surdez.

“No exame acusou que ele é surdo, é uma surdez profunda nos dois ouvidos”, revelou. A partir daí, Lidiane começou a buscar informações sobre o que poderia fazer para melhorar a condição de vida da criança. “Eu tentei o aparelho, mas não deu certo, porque ele não se adaptou. Tentei o implante e não deu certo também; foi quando a gente conheceu o CAES”. Conforme a mãe revela, a criança começou a desenvolver a comunicação dentro desse espaço, aprendendo Libras, leitura labial e também a escrita.

Embora o filho tenha apoio, ela percebe que o município precisa avançar mais no ensino da pessoa surda, colocando intérpretes nas escolas e creches. “Porque o Carlos está estudando em uma creche, só que lá não tem intérprete ou uma pessoa específica para ajuda-lo”. (Nathália Viegas – Com informações de Josseli Carvalho)