Correio de Carajás

Comerciante denuncia policiais

A comerciante Ismara Ferreira Campos, de 42 anos, procurou nesta segunda-feira (3) a Corregedoria da Polícia Militar, em Marabá, para denunciar uma situação de abuso de autoridade e agressão física praticada contra ela na última semana e gravada pelas câmeras de segurança que possui na conveniência 24 horas da qual é proprietária, na Avenida 26 de Julho, no Bairro Liberdade.

Ismara se indignou com o tratamento que obteve da Polícia Militar

O Correio de Carajás teve acesso ao boletim registrado junto à corregedoria. No documento, a denunciante conta que na madrugada da última sexta-feira, 31 de julho, uma viatura da Polícia Militar chegou no estabelecimento, por volta da 1h25, com dois policiais militares dentro.

Um deles, afirma, se dirigiu a ela e solicitou dois energéticos. Ismara teria demorado a entregar o produto solicitado e a demora parece ter irritado o militar que estava na viatura. Ele desceu do carro oficial e se dirigiu à mulher ordenando que fechasse o estabelecimento naquele momento. 

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Ismara afirma ter argumentado que possui autorização para funcionar 24 horas, mas ao afirmar isso o policial teria questionado se a empresária estava “fazendo graça” da cara dele. Em seguida, relata, colocou o braço por dentro da grade de proteção da conveniência, segurou o braço da mulher e o puxou para fora afirmando “você está com sore, eu podia te algemar e te levar presa”.


Em outro ângulo é possível verificar o homem com o dedo em riste

Conforme a denunciante, ainda apontou o dedo para o rosto dela dizendo que se precisasse voltar ao estabelecimento a levaria presa. Não contentes, os policiais militares deixaram a conveniência sem efetuar o pagamento pelos dois energéticos entregues pela mulher.

A comerciante forneceu à Reportagem as imagens das câmeras de segurança, pelas quais os policiais militares poderão ser facilmente identificados pela investigação da Corregedoria da Polícia Militar.

As câmeras não gravam áudio, mas é possível perceber o clima tenso.  Na primeira sequência, a dona do estabelecimento entrega a bebida para um dos policiais. O outro se aproxima. Em seguida, este puxa o braço da comerciante e começa a verbalizar agressivamente para ela. A terceira sequência apresenta a mesma cena de outro ângulo. O policial aponta o dedo para o rosto da comerciante.

O Jornal telefonou várias vezes para a Assessoria de Comunicação da Polícia Militar para questionar se este realmente é o procedimento padrão da instituição. Também encaminhou um e-mail para o órgão, mas não obteve retorno. (Luciana Marschall)