Correio de Carajás

Casal procura acidentado para consertos

Nesta segunda-feira (3) o casal que estava na caminhonete que atropelou Esmael Carlos Moraes – e derrubou parte do estabelecimento dele, na margem da Rodovia Transmangueira, em Marabá – retornou ao local com material para reconstruir o telhado quebrado, além de mesas e cadeiras para repor as que foram danificadas. Além disso, repassou R$ 500 para ressarcir os prejuízos da vítima com medicamentos para a perna e o pé, que foram amassados pelo veículo.

Na tarde anterior, domingo (2), a vítima procurou a 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil e registrou boletim de ocorrência do caso. Ele relata que estava atendendo clientes, por volta de 21h30 de sábado (1), quando foi surpreendido por uma camionete que invadiu o estabelecimento e o atropelou. O motorista foi identificado como Mateus Boff e estava acompanhado da esposa. Conforme a vítima, ambos estavam aparentemente alcoolizados.

Em meio à confusão, o condutor afirmou que iria arcar com o prejuízo e repassou um número de telefone. Ainda no domingo, tentando ligar para o contato, este chamava como inexistente. Por este motivo, a vítima procurou a Polícia Civil. Nesta terça-feira (4), a vítima fará perícia da perna junto ao Instituto Médico Legal (IML).  Nesta segunda, descobriu que um dos números da sequência telefônica havia sido anotado errado.

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Esmael foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e encaminhado para o Hospital Municipal, onde recebeu atendimento. Enquanto isso a Polícia Militar esteve no local e conversou com o casal. Em seguida, afirma Esmael, devolveu a chave ao condutor que foi embora dirigindo a caminhonete.

Esmael diz não entender porque os envolvidos não foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil, já que havia a suspeita de que o condutor estivesse embriagado. Ele diz que dará continuidade ao pedido de investigação do caso e teme ter sequelas, o que já foi acenado pela médica que o atendeu como provável, podendo necessitar de cirurgia e fisioterapia.

O Correio de Carajás tentou nesta segunda conversar com o comando do 4º Batalhão de Polícia Militar para questionar de que forma foi conduzida a questão pelos militares que atenderam a ocorrência, mas o telefone celular oficial do cargo estava desligado.

ACIDENTE

Sobre o acidente, a vítima detalhou o ocorrido para a Reportagem.  “Eu havia acabado de me sentar, de costas para a rua, após servir uma cerveja para um cliente, quando fui atingido pela caminhonete. Eles [o casal] passaram por cima do meu pé, duas vezes, a primeira quando invadiram meu bar e a segunda quando o motorista tentou dar ré para sair”, conta Esmael.

O homem conta que populares impediram que o casal fugisse do local sem prestar socorro. Foi quando a mulher que estava de carona, desceu do veículo e afirmou ser médica. “Ela estava aparentemente embriagada e disse ser médica. As roupas dela, era como de alguém que acabou de sair da praia. Pegou um pano e amarrou no meu pé para estancar o sangramento”, relembra Esmael. O dono do bar lembra que quando a guarnição da PM chegou a mulher se identificou como advogada.

“Eles [os militares] puxaram a ‘ficha’ dela e descobriram que não era médica e nem advogada. Eu lembro que as pessoas queriam linchar o casal, mas eu pedi que não fizessem isso, pois tudo seria resolvido da forma correta”, relata Esmael. O Jornal não conseguiu contato com o motorista no telefone fornecido. (Luciana Marschall e Zeus Bandeira)